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Daniel Perez

Joaquim de Almeida dispensa apresentações. Com 58 anos, é o ator português mais famoso de Hollywood. Foi com o filme ”The Honorary Consul” que, em 1983, se estreou no cinema americano, ao lado de grandes atores como Michael Cainem Richard Gere e Bob Hoskins. A sua filmografia conta com mais de 90 filmes, entre eles ‘Velocidade Furiosa 5’, ‘A Gaiola Dourada’ e ‘Vidas que se cruzam’.

Desta vez, Joaquim de Almeida faz parte do elenco do filme “Um Encontro com o Destino”, um filme que decorre no Canadá, e encarna o papel de pai de família. Falámos com o ator dias antes da estreia do filme, em Portugal. O filme foi o tema principal da conversa, mas também pode ler os planos do ator para o futuro. Leia a entrevista.

Recentemente participou no filme ”A Gaiola Dourada’ onde interpretou José Ribeiro, um emigrante português em França. Agora em ”Um Encontro com o Destino” também retrata a comunidade portuguesa lá fora. Acha que a imagem que transparece corresponde à realidade ou é um pouco estereotipada?

Eu não acho nada estereotipada. Só é estereotipada para quem não conhece os emigrantes lá fora. Estou há 39 anos nos Estados Unidos e nós esquecemo-nos dos emigrantes que foram lá para fora há 30 ou 40 anos e vieram a Portugal muito pouco desde então. Este filme foi escrito por um casal que nasceu no Canadá, não viram a ‘Gaiola Dourada’ e fizeram isto baseados nas experiências deles.

Acha que os portugueses continuam a ser um povo do fado, da religião, do futebol, da família (como é evidenciado no filme) ou isso está a mudar?

Portugal mudou muito. Evoluiu de maneira diferente e, apesar de ser um país pequenino, tem grande diferenças – por exemplo, no Norte, as pessoas são muito mais religiosas do que no Sul. Em relação ao futebol, continuamos a ser muito ligados, cada vez mais! O fado… Acho que estamos a fazer um comeback. Sou amigo de vários fadistas e noto que eles estão outra vez na berra. Mas acho que Portugal sofreu uma alteração enorme, somos uma sociedade que não vai atrás das outras sociedades europeias. Mas os portugueses que emigraram há 30 ou 40 anos continuam a ter certas tradições.

Já participou em dezenas de filmes ao longo da sua carreira. Prefere fazer de vilão ou interpretar personagens mais ”ligeiras” como a que interpreta neste filme?

Gosto de interpretá-las a todas. Fiquei conhecido por interpretar vilões nos Estados Unidos, que tiveram muito sucesso, e começaram a pedir-me para fazer muitos vilões. Ainda este ano me pediram para fazer um, em França, e respondi ”Só faço vilões se me pagarem muito bem, se não me pagarem muito bem estou farto de fazer vilões”. Já não tenho paciência para fazer este tipo de papel, a não ser que seja um completamente diferente e aí dá-me vontade de fazer. Agora até vou interpretar um político corrupto numa nova série. Mas gosto sobretudo de um bom guião!

O que o motivou a participar neste filme. O que tem de especial?

Interessou-me principalmente que o guião tivesse sido escrito por eles. Tratava-se de uma comunidade portuguesa e era bom fazer isto, porque fiz a ‘Gaiola Dourada’, mas agora tratava-se de retratar os portugueses noutro sítio, neste caso no Canadá. No fim, não são muito diferentes. Mas gostei do guião, os diálogos estavam bem escritos e achei piada. Tive até uma ”luta” com a minha agente, mas conseguimos arranjar maneira de eu participar. Fiquei muito contente, porque agora estamos aqui em Portugal a iniciar a estreia mundial. O filme só estreia em fevereiro nos Estados Unidos e no Canadá.

Sente-se mais perto de casa a representar em português?

Às vezes é mais difícil mas, ultimamente, até tenho tido mais vontade de fazer coisas em português. Se me sinto mais em casa? Acho piada fazer este tipo de papéis, representar os portugueses e, principalmente, os emigrantes, porque eu também o sou. Portanto, no meio disto tudo, sinto-me bem.

Como é trabalhar em Hollywood? Como é que os portugueses são vistos lá?

Muito poucas pessoas sabem que eu sou português, pensam que eu sou sul-americano, outros assumem logo que sou colombiano, argentino, mexicano… Portugueses ainda não temos lá muitos. Temos a Daniela Ruah, que está há seis anos a fazer a mesma série e, portanto, não se tem visto muito a fazer outras coisas, temos o Diogo Morgado e temos uma série de novos atores que estão a tentar. Agora, a Joana Metrass vai participar numa série em que também já participei, a ”Once Upon a Time”. Esperemos que comecem a surgir mais portugueses por lá.

Onde é que estará o Joaquim de Almeida daqui a 10 anos?

Daqui a 10 anos acho que vou estar ali na minha casa em Sintra. Acho que vou trabalhar menos, tomar conta dos netos. Espero continuar a filmar. Com a idade, já não fazemos as mesmas coisas, por exemplo não estamos sempre em direto, não fazemos três ou quatro filmes por ano. Já não me convidam para fazer o papel principal, há uma altura em que já me convidam para fazer o pai da protagonista. Mas, felizmente, tenho tido sempre trabalho. Agora, em Portugal, ainda vou dobrar a voz do Capitão Gancho, do Peter Pan; e começo a filmar a série ‘The Queen of the South’, em Dallas no dia 15 de setembro.

O que é que lhe falta fazer para se sentir realizado profissionalmente?

Tudo! Ainda me falta fazer muitos filmes. Tenho sempre vontade de fazer mais. Estou sempre à espera que me apareçam aqueles papéis que me ”agarrem”. Gostei muito de trabalhar no filme ‘Our Brand Is Crisis’, com a Sandra Bullock, e com o David Gordon Green. Até estamos a pensar trabalhar juntos outra vez, aqui em Portugal. Isso é uma coisa que me apetece fazer.

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