Escrever durante as provas tornou-se um hábito. Por um lado porque o ato de escrever constitui um importante auxiliar de memória de muitos aspetos que, em termos organizativos, é importante considerar no momento de preparar o próximo rali. É que são sempre muitos os detalhes que temos de ter em conta. Por outro lado, porque vivo nestas provas momentos muito especiais que me fazem crescer e enriquecer como pessoa. Lamento um dia vir a esquece-los… Por essa razão ando sempre com um bloco e uma caneta e tenho mesmo um diário de prova. Este é o meu companheiro nas noites de insónia. Quando a vida me corre mal e, apesar do cansaço, acordo de noite e não consigo voltar a adormecer, pego na caneta e descarrego as minhas emoções para a folha de papel. Depois sinto-me melhor e adormeço de seguida.
Nesta corrida a minha lista de afazeres depois de cada etapa é tão extensa que não sobra tempo nem para relaxar um minuto. Há muita coisa que não está a correr bem e que me tira o sono. Esta noite quase não dormi. Pressentimento? Talvez. A verdade é que, apesar de todas as contrariedades, estávamos a fazer uma boa etapa e eis que o turbo partiu. Era novo. Foi posta antes de sairmos de casa. Má sorte. Com isto foi-se a possibilidade de termos um bom resultado.
Apetecia-me por isso pegar na caneta e refletir com o meu diário, mas já não tenho tempo. No entanto, se o fizesse seguramente usaria outras palavras.