ACTIVA | O Coaching é um tema que está muito na ordem do dia. Em poucas palavras, como é que o podemos definir?
Ângela Gaehtgens | Podemos definir Coaching como um processo de desenvolvimento e tomada de consciência que permite traçar objectivos e avançar rumo à sua concretização, aprendendo e descobrindo ao longo do caminho a melhor forma de os alcançar. Este processo materializa-se sempre numa conversa com um propósito.
ACTIVA | Que razões aponta para a área do Coaching ter vindo a crescer nos últimos anos?
AG | O Coaching está na moda por muitas e boas razões. Nesta área, o mundo que melhor conheço é o corporativo e, de facto, cada vez mais se integra Coaching nos programas de desenvolvimento de Liderança e, cada vez temos mais executivos e gestores de topo a recorrer a ele pelos benefícios que claramente um processo de Coaching proporciona. Contudo, esta maior consciencialização dos benefícios do coaching tem aberto espaço para uma certa banalização do termo assim como à oferta no mercado de outro tipo de serviços vendidos em seu nome. É por isso fundamental ter um processo cuidadoso e minucioso na hora da seleção. Recomendo sempre que ao procurarmos processos de coaching confirmemos que estamos perante profissionais devidamente credenciados por entidades competentes e dou como exemplo, a International Coach Federation.
ACTIVA | Em que é que o Coaching se distingue de outras áreas que visam a melhoria da performance pessoal e profissional de cada mulher?
AG | O Coaching leva a que, através de um processo de tomada de consciência, as mulheres (assim como os homens) possam verdadeiramente perceber como traçar objetivos em vista à concretização. Acima da questão do género, o Coaching é um processo inteiramente virado para a descoberta de novas possibilidades e para o futuro. Leva as pessoas a pôr a realidade em perspectiva e a lidar com desafios melhorando a sua eficácia e desempenho de modo a alcançar o seu pleno potencial. Apela à responsabilidade para todas as escolhas que fazemos na nossa vida.
ACTIVA | Qual o peso de ser uma mulher a liderar este projeto?
AG | O projeto da Escola de Coaching Executivo da Cegoc é coliderado por mim e pelo Paulo Martins. Somos uma dupla que se complementa na diferença e que traz para este projeto a riqueza da diversidade, que é uma característica verdadeiramente essencial nas organizações. Independente do género, o que realmente defendo é que em 2018, passar por um processo de Coaching será ainda mais crucial, como uma singular possibilidade para criar um espaço de reflexão e suporte à tomada de decisão para líderes cada vez mais “debaixo de água”, completamente absorvidos por um ambiente de trabalho tipo “learning on the fly”. No domínio da formação de coaches, a Cegoc adota um modelo de trabalho absoluta e originalmente pragmático, totalmente alicerçado na prática efetiva das 11 competências centrais de coaching da ICF, profissionalizante e de partilha completamente transparente e atual de know-how que vão habilitar mulheres e homens a ser cada vez melhores.
ACTIVA | Nunca antes se falou tanto da igualdade de género. Que contributo é que esta área (o coaching) pode trazer às jovens e mulheres no plano pessoal e profissional?
AG | E muito me agrada que assim seja, uma vez que este é um tema não apenas das mulheres, mas também dos homens. Só falamos dele porque vivemos numa sociedade em que existe ainda discriminação entre homens e mulheres. Quando a igualdade de género deixar de ser um tema, isso será sinónimo de termos alcançado, enquanto sociedade, um estágio de equidade e maturidade. O Coaching possibilita quer às mulheres quer aos homens entrar num processo de desenvolvimento e tomada de consciência que permite traçar objectivos e avançar rumo à sua concretização.
ACTIVA | Que tipo de pessoas poderá tirar maior benefício do acompanhamento de uma coach?
AG | As pessoas que pretendem mudar alguma coisa nas suas vidas beneficiarão do acompanhamento de um coach. Ouvimos muitas vezes dizer que sozinhos podemos chegar mais depressa, mas acompanhados chegamos mais longe. O Coaching envolve uma relação colaborativa e de parceria focada na conquista do objetivo declarado de forma clara que permite ao cliente ser desafiado e aceder de modo criativo a outras possibilidades de escolha. E chegar-se-á sempre mais longe e sempre com uma consciência aumentada e uma maior noção da responsabilidade pelas escolhas que fazemos quando estamos comprometidos com o processo de mudança.
ACTIVA | Para que áreas da vida é procurado maior apoio? Pessoal ou profissional?
AG | Onde está essa fronteira entre o lado pessoal e o lado profissional? O que é a vida das pessoas senão o resultado de um conjunto de áreas em que a área profissional é apenas uma delas? O processo de coaching permite traçar objetivos e avançar rumo à sua concretização, aprendendo e descobrindo ao longo do caminho a melhor forma de os alcançar. Olhar para as questões de uma forma diferente é muitas vezes um pequeno ponto de partida. Ao longo dos dois anos de existência da Escola de Coaching da Cegoc, é possível aferir que a tipologia de coaching mais requisitada, apesar de ter sido registado um crescimento significativo nos cursos “ACTP – Formação de coaches profissionais” e “CCE – Líder coach”, foi no domínio do Executive e Performance Coaching.
ACTIVA | Como é estruturado o programa de acompanhamento no que diz respeito ao múmero de sessões, tipologia, etc.?
AG | Na CEGOC, acreditamos que o coaching assenta no pressuposto que as pessoas têm, em si, os recursos necessários para responderem eficazmente aos desafios com que se deparam. O papel de um coach será o de criar o espaço necessário para que a sabedoria do seu cliente possa emergir. Não existe um programa de acompanhamento pré-definido. Tudo dependerá do tipo de coaching a desenvolver e de cada caso em particular.
ACTIVA | Quais os preços praticados?
AG | Os preços variam em função de cada processo e também da experiência e do grau de credenciação do coach. É longo o caminho para a sua certificação e ainda mais longo o da sua credenciação. Não estamos todos no mesmo nível nem nos mesmos patamares.
ACTIVA | Indique cinco bons motivos pelos quais as nossas leitoras devem aderir ao Coaching.
AG | A melhor forma de sentirmos e percebermos os seus benefícios será sempre vivendo o nosso próprio processo. Quando me perguntam o que é Coaching costumo responder com uma pergunta e um desafio: Existe alguma coisa que gostaria de mudar na sua vida? Se sim, atreva-se a dar esse passo. Ainda assim, deixo algumas possíveis razões: fazer uma mudança na carreira sem deixar de lado os sonhos; ser desafiada a sair da sua zona de conforto e ter mais momentos e assumir mais responsabilidade pelas suas escolhas; enfrentar as dificuldades quotidianas de forma mais efetiva e ir trabalhar mais feliz; conquistar o equilíbrio na sua vida sem culpa ou ressentimentos; para se preparar para cargos de liderança mais desafiadores e para a solidão inerente.