
Maglara
Decisões Financeiras ou Comportamentais?
A disponibilidade de dinheiro é relevante na hora de tomar decisões de consumo, mas os problemas financeiros têm sobretudo origem em decisões comportamentais. Isto acontece porque vivemos rodeados de estímulos ao consumo e de acesso fácil ao dinheiro. Mesmo que não tenhamos no imediato o dinheiro necessário para fazer determinada compra, parece que há sempre alguma campanha de “regresso às aulas” com condições de financiamento imperdíveis… Mas serão mesmo? Mesmo que estejamos a falar, por exemplo, de um crédito sem juros, será que tivemos a noção de que acabámos de assumir uma nova responsabilidade financeira, que nos vai acompanhar ao longo de vários meses?
Os bancos sabem as nossas necessidades… e aproveitam-se delas!
A ideia que o “banco ajudou-me a concretizar algo que sempre sonhei” é uma ideia que tem de ser combatida. Por muito que as campanhas dos bancos apelem à concretização dos sonhos, na verdade a satisfação pela compra acontece no imediato, mas desaparece rapidamente, podendo até tornar-se amarga quando começarmos a somar todas as prestações assumidas. A comunicação das campanhas de “regresso às aulas” potencia escolhas de consumo pouco ponderadas. E eles sabem disso!
Os filhos não mandam nos pais!
É uma verdade tão óbvia que às vezes parece que nos esquecemos dela: Os adultos é que devem educar as crianças! E educar é exigente. não é possível dizer sim a tudo, por isso é essencial ajudar as crianças a perceberem os limites do que é essencial e do que é supérfluo. Para uma criança tudo vai ser essencial, mas compete aos adultos aproveitar oportunidades como esta altura do “regresso às aulas” para ajudar a que elas percebam a importância de uma escolha.
A estratégia ganhadora
Mas então, qual a estratégia ganhadora para viver este tempo sem stress e sem descontrolo financeiro? Chamamos-lhe a estratégia AAA (triplo A): Aceitar – Arquitetar – Avaliar.
A primeira etapa da nossa estratégia é interiorizar que o critério da minha vida financeira sou eu e não os outros. Ou seja, é imprescindível conhecer a nossa realidade financeira e ACEITAR tal como ela é. Não são os outros (vizinhos, amigos dos filhos, pais da escola, etc) que vão estabelecer os nossos limites.
Tendo cumprido o passo do “aceitar”, então a nossa estratégia passa por ARQUITETAR um plano financeiro para esta fase. Esse plano tem de começar pelo cálculo das receitas e só depois é que vai deter-se na parte das despesas. Quando estamos a contabilizar as receitas não podemos fazer arredondamentos. Se no final de agosto recebi 875,70€ não posso dizer que recebi 900€. Com a construção de um orçamento específico para o mês do “regresso às aulas” vamos ter a garantia que sendo fiel a ele não vamos ser surpreendidos com “buracos nas contas” ou com novos compromissos bancário difíceis de cumprir.
Por fim, uma estratégia só é eficaz se for AVALIADA. A avaliação do que fizemos bem e do que poderíamos ter feito melhor é uma parte essencial para estarmos melhor preparados nos próximos anos. O investimento de tempo que fizemos este ano para viver o período do “regresso às aulas” sem stress e dores de cabeça será muito menor nos anos seguintes se tivermos cumprido com este último passo da estratégia do triplo A!
Bom regresso às aulas!