Depois da #BlackOutTuesday, a grande questão é: o que podemos continuar a fazer para ajudar na luta antirracismo?
De recordar que o hashtag faz referência a um movimento global, que decorreu na passada terça-feira, 2 de junho, em forma de protesto contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos da América – e em todo o mundo.
Enquanto procurava respostas, encontrei um bom ponto de partida na página de Instagram de Liliana Marques, autora do blogue Just Llily, que tem sido uma voz bastante ativa na rede social desde que as imagens do assassinato de George Floyd chocaram o mundo. A jovem adaptou uma série de sugestões que já circulam lá fora para português.
“Posts semelhantes já foram feitos em inglês, mas acho que há pouco material em português. Vou continuar a tentar adaptar conteúdo para português mas, sobretudo, para a realidade em Portugal. Este país também é racista e está na hora de expor os problemas e falar sobre soluções”, começou por escrever. “Estou a tentar o meu melhor para usar esta plataforma para amplificar o movimento, discutir o problema e expor soluções. Se cada um fizer o que pode, estaremos no bom caminho”.
Paulo Pascoal, que entrevistei recentemente sobre o impacto além-fronteiras do homicídio de Floyd, fez uma publicação semelhante. Tal como Liliana, o ator também já usava a sua plataforma para consciencializar os seguidores sobre questões sociais que dizem respeito a todos, e um dos posts explica como é que as pessoas brancas podem ajudar.
“O Artur Santoro fez este manual carinhosa e incisivamente direcionado a pessoas brancas que desejam estar de facto inseridas na luta antirracista (eu readaptei-o para Portugal). É didático, é simples, e é óbvio para muitos de nós. Espalhem para quem não for”, lê-se na legenda.
Se demonstrou o seu apoio a este movimento, é sinal de que acredita na mudança. Mas são necessárias ações concretas – e todos os dias. Lembre-se: não basta não ser racista, há que ser antirracista. Abaixo, listamos algumas entidades que lutam pela equidade racial em Portugal:
– SOS Racismo: associação sem fins lucrativos que propõe uma sociedade mais justa, igualitária e intercultural, onde todos, nacionais e estrangeiros com qualquer tom de pele, possam usufruir dos mesmos direitos de cidadania;
– Consciência Negra: organização criada com o intuito de lutar contra o racismo, a xenofobia e a violência policial;
– Djass – Associação de Afrodescendentes: organização sem fins lucrativos constituída com a missão de defender e promover os direitos dos negros e afrodescendentes em Portugal, e de combater o racismo em todas as suas formas e dimensões, reivindicando políticas e práticas de igualdade;
– Rádio Afrolis: é um audioblogue dedicado à expressão cultural de afrodescendentes a viver em Lisboa.
– Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR): no nosso País, é o órgão especializado no combate à discriminação racial.
– European Network Against Racism – ENAR: uma rede de organizações não-governamentais que trabalham para combater o racismo em todos os países-membros da União Europeia e representa mais de 700 ONGs na EU. Assume-se como determinada a combater o racismo, a discriminação racial, a xenofobia a intolerância relacionada, para promover a igualdade de tratamento entre os cidadãos da União Europeia e os nacionais de países terceiros.