
Estreou no dia de Natal e desde então tem estado no topo de conteúdos mais vistos na Netflix. Não só em Portugal, mas mesmo a nível mundial. Bridgerton é uma série de Shonda Rhimes (sim, a autora de Anatomia de Gray e Scandal, entre outros) e inspirada nos livros de Julia Quinn. autora que fez sucesso com romances passados na Regência Britânica.
Muito ao estilo do que os fãs de Julia Quinn estão habituados, Bridgerton conta histórias da classe alta britânica do século XIX, explora as regras e conveções, é baseada em intrigas e tem como propósito final a procura do amor verdadeiro. Ingredientes que fazem sucesso e que estão a cativar o público da plataforma de streaming.
Mas como uma série com este tipo de conteúdo pode estar a gerar tanta discussão na internet? Pela forma como abordou a representatividade.
No elenco de Bridgerton, é possível ver que os atores escolhidos não correspondem ao esterótipo que se podia esperar para um conteúdo histórico. Diferentes tons de pele e de formas de corpo surgem no ecrã, não estando propriamente ligados à posição de poder em que estão inseridos.
Nos fóruns e redes sociais, muitos internautas revelam confusão quanto a este aspeto. Há quem afirme ter gostado da história mas ter estranhado ver tantos atores negros em papéis de maior poder social da época. Destaque para a rainha Charlotte, interpretada por Golda Rosheuvel ou para o duque Simon Basset, interpretado por Regé-Jean Page.
Mas será que esta representação é assim tão incorreta? Tudo indica que, afinal, não. Segundo Shonda Rhimes, a sociedade britânica sempre teve presença de pessoas de todas as cores e origens. O motivo para termos a ideia de que existiam maioritariamente caucasianos passa-se pelo facto de ter sido tal o que passou para a História. Afinal, a própria rainha Charlotte, que se casou com George III, tinha ascendência africana. Assim, a argumentista e produtora não vê qual o problema de ter eleito um elenco diversificado.

Entre quem viu a série, muitos não ficaram agradados pela forma como as relações eram retratadas. Acusações de machismo e toxicidade foram as críticas mais fortes. Reconhece-se que se trata de uma história do passado, mas muitos internautas preferiam ver situações tão criticas a nao serem romantizadas.
Mas as críticas também vão noutro sentido. Entre os internautas, muitos estranharam que alguns momentos de festa fossem acompanhados por versão clássicas de temas bem atuais. Temas de Billie Eilish, Dua Lipa, Taylor Swift e Ariana Grande foram alguns dos que serviram de inspiração para estas situações, remetendo para o nosso tempo e tornando as danças algo mais ousadas do que seria de esperar.
O que está a gerar consenso? O guarda-roupa, fotografia, cenários e toda a estética da série.
Brigderton está a levantar a discussão, mas isso só faz com que a curiosidade à volta da série aumente e que temas relevantes sejam trazidos para cima da mesa. E só a falar sobre os assuntos é que podemos evoluir. Certo?