Foi uma viagem pelo mundo que fez Marta Cardoso, fundadora da Clementine, tomar consciência da quantidade de lixo gerada pela menstruação. “Depois de voltar, não consegui esquecer, nem explicar aos meus filhos, a poluição e quantidade de plástico espalhada pelas ruas e pelas praias e não consegui distanciar-me do impacto da nossa pegada ambiental”, conta. “Recusei-me a ignorar a realidade das mulheres, quando me apercebi da quantidade de ingredientes tóxicos presentes nos produtos de higiene menstrual, disponíveis nas prateleiras dos supermercados – e decidi agir”. E foi assim que nasceu a ideia deste projeto, não sem antes lidar com algumas reticências dos que lhe eram mais próximos: “As reações da família e amigos foram de ceticismo; se estivesse a lançar uma aplicação qualquer teria tido maior aceitação e apoio, de certeza, não só da família, amigos e até de investidores! Era a primeira vez que uma marca com este propósito era lançada em Portugal, e competir contra empresas gigantes, com marcas existentes há dezenas de anos pode ser intimidante!“.

Porém, não foi isso que a impediu, em 2019, de lançar “uma marca dedicada a reduzir o nosso impacto no ambiente, com produtos de higiene menstrual amigos do ambiente, sem ingredientes prejudiciais à saúde íntima da mulher e na qual podemos confiar”. Nascia a Clementine. “Por norma“, lembra-nos Marta, “uma mulher menstrua durante 40 anos, cerca de 5 dias por mês. Durante a sua vida, isto corresponde a cerca de 15.000 unidades de plástico proveniente de tampões e de pensos higiénicos que acabam no lixo. Para além disso, o impacto na saúde íntima das mulheres é grande pois estes produtos usam lixivia, cloro e outros produtos tóxicos para o nosso organismo, podendo provocar, em alguns casos, problemas como irritações e alergias.”

Mas não se pense que foi um percurso fácil até encontrar os produtos certos. “Após um ano a procurar parceiros sustentáveis e a fazer testes de produto com mulheres, foi possível encontrar o ponto de convergência entre sustentabilidade, conforto e saúde”. Do portfólio da Clementine fazem parte tampões e pensos higiénicos eco-friendly. Falamos de tampões 100% feitos de algodão orgânico certificado pelo GOTS e embalados individualmente em papel e pensos higiénicos 95% biodegradáveis embalados individualmente em PLA, um material feito à base de amido de milho. Contudo, o propósito da marca não se fica por aqui: “a Clementine é lançada com a grande missão de “evangelizar” as mulheres para a necessidade de tornarem os seus períodos menstruais mais amigos do ambiente e sem químicos que as prejudicam.”

Dois anos depois, chegou a altura da Clementine ampliar agora a sua gama de produtos com o lançamento do copo menstrual como a opção mais zero waste da sua gama. E como foi a reação, quisemos saber. “O copo menstrual é mais aceite pelas gerações mais novas. O seu uso parece óbvio e o esclarecimento mais imediato. Geralmente, e relativamente às mulheres mais velhas, entre 35-50 anos, o conceito de um copo menstrual, dentro da vagina, para fazer a recolha do fluxo menstrual é muito rejeitado. Estas preferem os produtos tradicionais, como os pensos e tampões. Apesar de todos nós fazemos alguma coisa em prol da sustentabilidade, há ainda muita resistência nas mulheres em trocar para produtos menstruais mais amigos do Ambiente. Ainda não perceberam que podem contribuir para um planeta melhor, com a simples troca dos seus produtos menstruais. Por vezes fala-se de que estas soluções são muito caras e por isso, apesar de quererem ajudar o ambiente, não podem gastar tanto nestes produtos. Se formos a ver, estamos a falar em gastar mais 3€/4€ por mês, com o impacto positivo que essa substituição teria pelo ambiente e pela saúde íntima. Se tomarmos um café por dia, num mês gastamos 30€…”

Quanto ao futuro, Marta não tem dúvidas: “Mais do que uma marca de produtos eco-friendly para o período menstrual, o meu sonho é que a Clementine seja um espaço de partilha para a educação menstrual”. Com esse objetivo, foram criadas as Clementalks, “um espaço seguro e de confiança onde podemos encontrar respostas a perguntas sobre períodos, hormonas, saúde sexual e tantas outras dúvidas que possam ter sobre a  saúde reprodutiva, sem estigmas, sem tabus – só conversas reais!”, diz.  Assume que faz parte da visão da marca, “a criação de uma comunidade, com a qual possamos falar abertamente sobre saúde menstrual e combater todos os mitos e tabus que ainda existem à volta deste tema, um espaço onde não se tenha medo de dizer a palavra vagina, onde não existam julgamentos sociais.” Fundamental é que em todas as fases – da menarca até à menopausa- as mulheres possam obter ”informação real, verdadeira, de confiança e abordada sem estigmas e tabus”, de modo a que “sintam a necessidade de tornarem os seus períodos menstruais mais amigos do ambiente e sem químicos que as prejudicam, e nesta evangelização precisamos do maior apoio possível, e acolher e aceitar as melhores opções que existem“.

É através de um serviço de subscrição mensal, de produtos menstruais amigos do ambiente, enviados numa embalagem discreta a cada ciclo menstrual, para casa das suas clientes que a Clementine consegue chegar às mulheres. “Cada cliente pode fazer uma total customização da sua Period Box, caso o deseje, ou seja, cada mulher poderá não só  criar a sua combinação de produtos (pensos higiénicos e tampões, com diferentes níveis de absorção, exatamente nas quantidades pretendidas) de acordo com as características do seu período, mas também fazer uma subscrição mensal e receber esta embalagem personalizada todos os meses, ajustando as entregas ao seu ciclo menstrual. Ou seja, a mulher controla totalmente a sua subscrição”, explica Marta.

Os produtos da marca estão disponíveis para o mercado nacional e internacional emwww.weareclementine.com. Em Portugal, poderá também ser encontrada em lojas biológicas de referência como as lojas Maria Granel e lojas online especializadas em produtos sustentáveis.

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