“Taberna” e “taverna” derivam, pelo latim taberna, do grego ταβέρνα, que significa “abrigo” ou “oficina”. Originalmente, eram um local onde as pessoas se juntavam para beber cerveja e confraternizar. Junte-se agora a palavra ‘trobador’, forma antiga de trovador, nome dado aos antigos poetas provençais que cultivaram a poesia lírica, e aos poetas peninsulares desse tempo que os imitaram. Resultado atual: Trobadores, taberna medieval. Local mítico? Não, existe mesmo em Lisboa e não se deixe surpreender pela forma como será recebida, com funcionários vestidos à moda medieval e uma carta inspirado nas tradições gastronómicas de há umas boas centenas de anos.
Não é nova a taberna dos Trobadores, mas agora tem novo albergue. E em tudo em consonância com o conceito de nos permitar viajar no tempo. No número 6A da calçada de São Francisco, ali para os lados do Chiado, vê-se uma porta discreta e umas escadas em madeira que nos conduzem para um ambiente de bancos e mesas corridas em madeira, bom vinho – inclusive quente -, muita cerveja e uma carta de bradar aos céus.
Por detrás deste negócio estão quatro amigos de infância que abriram, em 2010, a primeira taberna medieval em Portugal. “Tempos houve em que as festas não tinham hora. Quando o galo cantava só a música sobrava,
tocada por uns poucos sobreviventes. Eram boémios. Gente que cantava outra gente. Chamavam-lhes
‘Trobadores’.” O texto de apresentação diz tudo, o convite é para ficar neste novo ponto de passagem de
todos os cavalheiros e donzelas, onde pode petiscar até às duas da manhã. A mudança de espaço só veio dar resposta à necessidade de um espaço mais amplo e com todas as caraterísticas para recriar a verdadeira taberna. Prepare-se porque quando lá for vai querer ficar.
Os petiscos do mercador surgem num carrinho, variam de cada vez que por lá passa e cada um custa 5,50€. Provámos ovos de coderniz, pastéis de massa tenra de cogumelos e demos umas trincas nuns peixinhos da horta de feijão verde e abóbara, ainda em fase de teste, mas que devem (por favor) incluir na carta.
Além disso, para quem quer uma refeição mais ‘composta’, existem oito pratos diferentes no menu para provar. Desde o pato confitado no forno com arroz de espargos e legumes (15€), passando pelo típico bacalhau à Zé do Pipo (15€) e não esquecendo o coelho à S. Cristóvão com batata cozida e broa de milho tostada (16€). €). Mas há ainda o Polvo assado em cama de grelos com bolas de batata e hortelã (17€) e, para vegetarianos (aleluia!) uns deliciosos cogumelos gratinados em cama de espinafres (14€), servidos de forma tão generosa que uma dose dá à vontade para duas pessoas (tem a opção de pedir meia).
Para terminar cada refeição, escolhe uma das duas sobremesas: mirtilos frescos gelados com leite creme e amêndoa ou clementinas brandy com bola de gelado de baunilha e ganache de chocolate preto. Ambas são 4,50€.
Para beber, e caso se queira manter no registo alcool free, tem águas doces como refrigerantes. Porém, espreitam da carta as “águas da vida” como whiskeys, cocktails e também cervejas medievais. Hidromel, a primeira bebida alcoólica alguma vez criada, está disponível em formato dedal (3cl/2,50€) e cálice (5cl/ 4,50€). O que vale a pena pedir é mesmo a cerveja própria do espaço, resultado de uma parceria com a Oitava Colina. Custa entre 2€ (15cl) e 9€ (1l).
E quando acabar pode ser que, lá fora, o galo já cante!