O regresso às aulas pode ser uma verdadeira dor de cabeça para as famílias, sobretudo se tiverem mais do que um filho e virem as despesas mensais aumentar substancialmente por tudo o que é exigido nesta altura. Apesar dos gastos necessários e obrigatórios, há formas eficazes de diminuir o que se gasta e de fazer escolhas ponderadas e inteligentes que fazem muita diferença no total a pagar. André Pedro, Managing Director Crédito Pessoal, Telecomunicações e Cartões de Crédito do ComparaJá, falou com a Activa online sobre este tema tão premente e partilhou dicas preciosas para que este setembro não represente um rombo gigante no seu orçamento familiar.
Chega setembro e a palavra “poupar” impera enquanto necessidade, mas parece impossível de atingir. O esforço financeiro das famílias portuguesas é cada vez maior nesta fase?
Setembro é, sem dúvida, um mês onde as famílias olham com maior detalhe para o seu orçamento familiar. É o mês de regresso à rotina, de regresso ao trabalho e de regresso às aulas, algo que traz sempre despesas adicionais para as famílias com crianças em idade escolar. Os livros, o material escolar, as refeições das crianças e o transporte são despesas que as famílias se veem obrigadas a enfrentar e que, tendo em conta o aumento generalizado dos preços, com especial incidência nos combustíveis e nos bens alimentares, acarretam dificuldades extra para as famílias portuguesas que enfrentam um esforço financeiro cada vez maior, a par do clima de inflação que se tem vindo a sentir e do facto dos salários não acompanharem os aumentos dos preços. No entanto, a atenção ao orçamento familiar e o esforço de poupança nunca deve ser posto de lado.
Além da inflação que todos nós sentimos, este esforço aumenta também por possíveis erros que possamos cometer quando chega a hora de ir às compras para a escola?
Não chamaria erros, mas muitas vezes a falta de tempo pode levar a algumas compras menos pensadas e que podem sair mais caras do que se tivéssemos mais tempo para a comparação e tomada de decisão ponderada.
Pegando por aí, como podemos, de forma prática, contornar isso?
A falta de comparação pode ser a principal falha apontada. Sabemos que as grandes superfícies e, principalmente, as lojas com material escolar praticam várias promoções durante este período e que as famílias podem ser levadas a pensar que estão a fazer o melhor negócio quando, na verdade, estão apenas a ser atraídas por estas estratégias de marketing. Além disso, não sendo um erro à partida, algumas destas compras podem ser antecipadas ou até adiadas de forma a aproveitar melhores preços nas chamadas ‘épocas baixas’, dispersar os gastos ao longo do ano e ter tempo suficiente para fazer a tal comparação.
O que é que as famílias devem fazer para conseguirem efetivamente poupar nesta fase?
Devem sempre comparar as diferentes hipóteses existentes no mercado, como em tudo o que se adquire ou contrata. Temos a certeza que caso comparemos, acabaremos sempre por arranjar um melhor negócio ou algo que possa fazer mais sentido para a nossa família. Mesmo que não seja em todos os bens que se esteja a adquirir, acreditamos que conseguiremos uma poupança no cabaz final. Parece algo complicado ou que leva muito tempo, mas podemos consegui-lo através de vários mecanismos rápidos:
i) Para os mais tecnológicos, uma pesquisa na internet por cada bem ou artigo que pretende adquirir ajuda a ter uma noção dos preços praticados nas várias lojas;
ii) Uma consulta aos vários folhetos promocionais pode também ser muito benéfico para atingir uma poupança nas compras de regresso às aulas;
iii) Caso disponha de mais tempo, uma visita a várias lojas ajuda a perceber qual a melhor escolha.
Do que não se pode mesmo esquecer uma família com mais do que um filho em idade escolar?
Além de comparar, pode sempre reaproveitar e questionar se haverá algo que possa ser reaproveitado de filho para filho. Roupa e livros escolares costumam estar no topo da lista! Também pode sempre tentar tirar vantagem de descontos de quantidade, os famosos leve 2 pague 1. Nestes casos, é sempre muito importante ter uma métrica comparável entre as várias ofertas (preço por litro, preço por quilo, preço por folha, preço por unidade costumam ser boas medidas para se atingir a poupança desejada!)
Importante:
- Fazer sempre uma lista do material necessário
- Pedir fatura com NIF
- Comparar preços e produtos
- Optar pelas marcas brancas
- Perceber as promoções que são melhores para si
- Reaproveitar o material do ano passado
- Definir um orçamento