1 DIZER QUE NÃO TEMOS TEMPO PARA LER. E não temos, mas é bom que, quando ele exista, haja um livro por perto… Leve sempre um livro consigo. viagens compridas, curtas, tempos de espera, sala do dentista, filas? Pronto: já há tempo para ler.
2 GUARDAR O MELHOR VESTIDO. Estamos sempre a guardá-lo para aquela festa que nunca houve, o jantar para que nunca fomos convidadas, o aniversário onde vestimos calças de treino porque a criança podia vomitar. Se não tem ocasião para o vestido, arranje. Crave companhia para jantar. Ponha a criança na avó. Ou faça a festa em casa. Há tanta ocasião para festejar… e não há nada tão deprimente como aqueles dias de janeiro em que a euforia natalícia já passou…
3 STRESSAR PORQUE A CRIANÇA NÃO COME. Peça ao seu filho para fechar a mão: aí está o tamanho do estômago dele. Muitas vezes, regulamos aquilo que os miúdos comem por aquilo que nós comemos, quando eles não precisam de um prato cheio. E há crianças que comem menos que outras… Outra razão por que não comem é a rapidez das refeições. Deixe que comam sossegadamente, sem estar a apressá-los porque quer deitá-los e estar em paz. E quando não quiserem mais, tire-lhes o prato e pronto.
4 DIZER QUE NÃO GOSTAMOS DO ROBERTO CARLOS. Estamos num país livre: porque é que não havemos de gostar daquilo que bem nos apetecer, desde que não magoe ninguém nem acorde os vizinhos?
5 CHEGAR ATRASADA. Se é daquelas que acha que cinco minutos dá perfeitamente para chegar a todo o lado, daquelas para quem a hora de chegada é a hora de saída, ou aquelas para quem a frase ‘estou mesmo a chegar’ se aplica a tudo, pense um bocadinho mais nos que ficam de plantão à sua espera. E não, este não é um daqueles defeitos adoráveis. É mesmo chato. Fim de sermão.
6 IR PARA A CAMA DEPOIS DA MEIA NOITE. Há mais acidentes de automóvel por causa do sono que por causa do álcool. Viva a sua vida bem acordada. Tire o melhor partido dela. E cuidado com os que andam a dormir.
7 CULPAR OS NOSSOS PAIS POR TUDO O QUE SOMOS DE DESAGRADÁVEL E PARVO. É verdade, os pais geralmente têm imensas culpas no cartório (para não dizer todas, já que ainda nos resta espírito caridoso). Mas a partir dos 20 anos cada um é responsável pela sua vida. Mude-se, trate-se, anime-se, deixe-se estar exatamente como é, mas deixe de atirar as culpas para cima dos outros (mesmo que eles mereçam).
8 ANDAR NAS NUVENS. O mundo não segue as nossas regras. Esteja atenta. Esteja preparada. Não entre em pânico. Defenda-se.
9 TER O NARIZ FRIO. O inverno é comprido: não se deixe congelar. Remédios caseiros antifrio: cabeça e pés com gorro e meias quentes (o corpo protege sempre a área do coração, o que faz com que as extremidades – mãos, pés, nariz – sejam as mais sacrificadas), pescoço coberto (é por aí que entram as constipações), chá de gengibre e mel (para aquecer e hidratar), exercício para reforçar defesas, proteína para aumentar o metabolismo, vitamina C para defender o sistema imunitário… e uma boa conversa para animar a alma.
10 OFENDER-SE COM O UNIVERSO. A vida não é justa, a vida é lógica. O problema é que às vezes não segue a nossa lógica… Mas perder tempo a pensar no que não tem remédio é das coisas mais inúteis que existem. Não tem remédio, remediado está. Ande para a frente.
11 TENTAR QUE O MANEL DEIXE DE ROER AS UNHAS. Há coisas que não podemos mesmo transformar nem controlar. O mundo (e o Manel) seria mais belo como nós queríamos? Pois provavelmente. Mas o mundo nem sempre funciona como nós queremos (e o Manel, então, nem pensar). Perceber que não podemos mudar os outros pode ser incrivelmente relaxante.
12 DAR-SE COM VAMPIROS. Ao contrário do que nos dizem, os vampiros existem na realidade. São aquelas pessoas que nos sugam energia e não dão nada de volta. Diga ‘Ai desculpa, combinei almoçar com a minha mãe’, e fuja. Se não puder fugir, conte até 10, reze a Santa Bárbara ou concentre-se a pensar na história do último livro que leu.
13 PÔR A TECNOLOGIA À FRENTE DAS PESSOAS. Atender o telemóvel quando se está a falar com outra pessoa. Ver televisão quando a criança está a tentar contar qualquer coisa. Interromper uma conversa porque se recebeu uma mensagem. E nada disto pode esperar um bocadinho?
14 PERDER O POTENCIAL DE UM ERRO. Fizemos asneira. Em vez de andar para a frente e esquecer, pare ali um bocadinho, onde dói, e tire uns minutos para perguntar: ‘E agora, que posso aprender com isto?’ Às vezes não podemos aprender nada. Nesse caso, siga e esqueça. A vida está cheia de coisas que não fazem sentido.
15 DIZER SIM QUANDO SE QUERIA DIZER NÃO. Pare de gastar energia com aquilo que não quer fazer. Se disser não, só se sente mal por alguns instantes. Se disser sim, vai ter de sofrer todo o tempo que leva a fazer uma coisa que não quer fazer. A maioria das pessoas percebe uma recusa, e, mesmo se não perceber, o que é que isso interessa? Faça de facto qualquer coisa que sempre quis fazer. Escreva um romance, adote um gato, vá à aula de zumba.
16 ESQUECER A SOLIDARIEDADE A palavra é grande, e o sentimento também. Ser solidária é importante. Se os outros se portam como se portam, têm uma razão para isso. Pois, não temos culpa. Na maioria das vezes, nem podemos fazer nada para ajudar. Mas só não apontar o dedo já aumenta as boas energias do universo.
17 PERDER UMA OPORTUNIDADE PARA NÃO FAZER NADA. Tem uma tarde livre? Não pense já na enormidade de coisas que podia fazer. Deixe-se estar a respirar. Apanhe sol. Ouça o silêncio. Durma (tudo isto dá imenso trabalho).
18. APROVEITAR POUCO AS AMIGAS – Ligue-lhes, convide-as para jantar, vá ter com elas, mande-lhes fotografias, ponha-lhes likes, esteja na vida delas.
19. ANDAR MACAMBÚZIA – E vamos rir de quê, não é? Mas alivie o peso. Arrume a mala. Ande mais leve: de cabeça também. Respire fundo. Coma sem culpa.
18 PROMETER O QUE NÃO VAMOS CUMPRIR. É, não é? Não prometa nada. Deixe-se ir. E feliz ano novo.