Toda a gente, acho eu, gostava de ser um bocadinho mais feliz. Até quem se considera razoavelmente feliz. O autor de ‘A felicidade ao seu alcance’ , um professor de ecnonomia sueco, começa com uma pergunta: de 1 a 10, onde se posicionaria na escala da felicidade? A premissa é interessante; ninguém estaria a ler um livro sobre felicidade se estivesse a sentir-se mesmo mesmo infeliz. Por outro lado, se se encontrasse no improvável estado de felicidade máxima, estaria provavelmente a aproveitá-la e não a ler um livro sobre como lá chegar.
O próprio autor nos diz que a ideia de haver uma ‘escala’ de felicidade nos “convence a pensar que somos mais infelizes do que realmente somos porque acreditamos que deveríamos ser mais felizes do que aquilo que somos”.
A ideia principal é, portanto, como apreciar a felicidade que já temos, seja em que ponto da escala nos tivermos colocado, e como ser um bocadinho mais feliz, sem o tal 10 a assombrar-nos.
Aqui se apresentam alguns conselhos práticos e muito simples, como escolher os seus pais (substitutos, já se sabe), acreditar (em Deus, na Ciência ou em ETs), deitar os foguetes antes da festa, celebrar (com um gelado a meio do dia, se lhe apetecer), recordar aquilo que já o fez feliz, mime-se em motivo nenhum (estar vivo já é um motivo suficientemente bom), faça algum exercício, seja bom em alguma coisa, seja bondoso (ser simpático aumenta a probabilidade de os outros nos tratarem de maneira igualmente simpática), seja grato (estava mesmo à espera desta, não era?), e muitas outras ideias que vocês podem ir ler, que isto não é uma ficha de leitura.
Conclusão, para levarem daqui uma frase inspiradora: “A principal razão pela qual a maioria de nós não é mais feliz não é porque as coisas não nos correm bem, mas porque não pensamos sobre todas as coisas boas que temos.”
De resto, isto é uma manancial para quem gosta de ‘frases inspiradoras’. Desde “Seja você mesmo, todos os outros já existem” até “Não leve a felicidade demasiado a sério” (ou seja, não use aquela escala do princípio do livro com demasiada frequência), temos aqui temas de reflexão para muitos dias. Enfim, ou não, que também há quem seja muito feliz na sua infelicidade.
‘A felicidade ao seu alcance’ – Micael Dahlen, Contraponto, E16,60