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Stradivarius
Aplica-se o mesmo que foi dito acerca da Bershka – viu bons dias, com peças fofinhas de acabamentos giros, ideais para quem gostava de um toque punk ou gótico nas suas fatiotas. Os artigos em couro, as t-shirts ou tops para sair e certos vestidos de dia eram óptimos (ainda guardo alguns para contar a história, incluindo dois sobretudos em camurça forrada com um ar bastante luxuoso…). Actualmente não sei bem o que se passa, mas nota-se uma decaída na qualidade dos artigos, principalmente no que respeita ao calçado, embora os preços se mantenham.
Recomendo: A Stradivarius continua a oferecer algumas das peças que lhe deram popularidade e a trabalhar bem com o preto. É um bom sítio para encontrar roupas em veludo (atenção à consistência e espessura do mesmo, que não é igual em todas) e faux fur. Boleros para sair, casacos e blazers de veludo, e complementos mimosos que não saem de moda encontram-se com alguma facilidade nesta marca. Tops de manga comprida ou 3/4, com decote de bailarina ou redondo, estilo Princesa Disney: aparecem regularmente, por vezes têm aplicações de renda, são do comprimento certo e dão praticamente com tudo. Quem aprecia mini vestidos engraçadinhos, tubo ou bandage, também encontrará um sortido interessante.
Menos bom: Como disse, e tal como na Bershka, o calçado já não é o que era. Se quer algo barato e de qualidade, o melhor é passar pela Zara. O mesmo vale para as carteiras. Também não aconselho os jeans, particularmente os skinny – os fechos são bastante frágeis e a ganga áspera, além de sofrerem do mal da cintura demasiado descida para o modelo em causa…definitivamente, um value for moneyque não aconselho.
Pull & Bear
Tal como a Zara, foi uma das marcas Inditex que evoluiu de forma positiva. Deixou de ser apenas “a versão descontraída ou desportiva da Zara” para passar a apresentar um estilo boho e oferece algumas coisas bastante interessantes – e bem acabadas – nomeadamente nas suas colecções femininas.
Recomendo: Vestidos de algodão ou cambraia com rendinhas, nas colecções de Verão. Tops de manga comprida: quando aparecem, gosto de trazer bastantes, porque são confortáveis, caem bem e nunca mais acabam. Sobretudos e canadianas coloridos: convém atentar ao tecido, principalmente aos forros (o seu calcanhar de Aquiles) mas em geral são muito bonitos, fora do vulgar e vestem como devem. Se a relação qualidade-preço o justificar, é de ponderar comprar para lhe trocar o forro mais tarde. Ao contrário do que costuma acontecer, sabem trabalhar até os casacos com a temível cintura subida – os da Pull & Bear alongam a figura e as pernas em vez de dar a ilusão “vesti o casaco do Nenuco e pareço um pinto calçudo“. Jeans clássicos ou boyfriend : ambos têm uma modelagem “arrapazada” ideal para usar com ténis, sabrinas ou para brincar com um look casual, mas assentam muito bem, além de serem macios e duráveis. São semelhantes a algumas calças Lee, Lois ou Dolce & Gabanna. Algumas calças chino não são nada más, comparadas com marcas mais luxuosas e especializadas nesse modelo.
Menos bom: É uma pena que tenham aderido a alguns acessórios sintéticos, tal como a Stradivarius e a Bershka. De resto, é uma loja que visito para trazer os artigos específicos citados acima.
Mango
Embora me pareça que assumiu um posicionamento ligeiramente diferente nos últimos dois anos, procurando assemelhar-se um pouco mais à Topshop e baixando alguns preços, a Mango é outra marca que tem investido na qualidade. Tal como a Zara, trabalha muitas vezes com materiais nobres e aposta em bons cortes e modelagens, que também são repetidos de colecção para colecção. Acima de tudo, conservou os pormenores delicados, que são a sua assinatura.
Recomendo: Vestidos para o dia, para a noite ou cerimónia, principalmente os modelos mais girly ouladylike. Luvas em pele. Todas as peças em modelo corseted são excelentes. Casacos ou sobretudos para sair e algumas gabardinas. Jumpsuits – vendem-nos sempre lindíssimos. Tailleurs, principalmente os de saia casaco, que criam uma silhueta de boneca. Certas peças das edições especiais são um óptimo investimento. E tenho muita pena que raramente façam os casacos de pele macia de antigamente.
Menos bom: As calças da Mango, especialmente os jeans, são sui generis: assentam lindamente em alguns tipos de corpo – principalmente nas figuras rectilíneas ou atléticas – noutros exigem cautela e muita paciência para escolher o tamanho certo. Também não morro de amores pela ganga rígida que utilizam. As calças clássicas ou cigarrette raramente são feitas em tecidos que valham a pena. Têm ainda a questão de poucas vezes serem forradas: lembram-se da polémica recente com as calças reveladoras de Doña Letizia em actos oficiais? No entanto, por vezes aparecem modelos soberbos: comprei uns quantos pares de calças afuniladas da linha assinada por Nati Abascal que eram qualquer coisa, por isso é tudo uma questão de atenção e paciência… As malhas são requintadas, mas tendem a encolher por mais que se faça. Atenção aos trech coats – alguns parecem lindos, mas ficam malfeitões e largos quando se vestem. O value for money do calçado raramente me entusiasma. Outro detalhe para fazer compras na Mango: às vezes, os números surpreendem. Um vestido S, ou mesmo XS, pode parecer gigante, enquanto outras peças precisarão de ser compradas num tamanho acima do habitual.
Sfera
A marca pertence ao grupo El Corte Inglès, e aposta no requinte que o caracteriza. Gosto especialmente da tranquilidade das suas lojas e da atenção ao pormenor que imprime nas peças. É um bom local para encontrar roupa sofisticada de qualidade por um preço muito simpático, e uma das minhas preferidas no segmento.
Recomendo: bons vestidos de cocktail ou de noite, em tecidos sólidos e com excelentes acabamentos. Peças de tecidos bonitos ou com aplicações. Saias de cerimónia, daquelas que se guardam e usam anos a fio. Day dresses práticos, com detalhes fora do vulgar; boleros e casaquinhos para sair; camisolas justas de gola alta, algumas com cachemira.
Menos bom: por vezes não oferece tanta variedade como outras marcas e para roupa casual, há opções mais interessantes.
Primark
Embora seja especialmente boa no quesito roupa interior, utilidades, meias e pijamas quentinhos, a Primark tem investido muito na qualidade das suas colecções, especialmente no que respeita às modelagens. Sabendo procurar, encontram-se coisas muito bonitas e bem feitas por um preço irrisório.
Recomendo: Os sheath dresses e fatos – tendo atenção ao aspecto e composição do material, fica-se a ganhar porque o corte é esplêndido e se soubermos escolher, parecem feitos por medida, o que é bastante raro. Shift dresses de manga comprida, que também não são fáceis de arranjar noutros sítios. Gosto do facto de, mesmo quando não usam tecidos totalmente naturais, escolherem materiais consistentes, que não marcam onde não devem. Clutches de tecido em todos os tamanhos e feitios, baratíssimas, de cores bonitas e com detalhes fofinhos; tops de manga comprida em algodão; skinny jeans: são subidos o suficiente na cintura, de ganga ultra macia mas firme e não “blusam” nos joelhos, além de só os fazerem de cores bonitas, sem lavagens estranhas, o que lhes dá um ar dispendioso mesmo custando tão pouco; peças de brocado; camisas largas com bordados.
Menos bom: Cuidado com os tamanhos de certas calças – podem enganar, especialmente os números pequenos que por vezes ficam demasiado folgados; os sapatos: os moldes são óptimos e estáveis e escolhendo veludo em vez de P.U. servem o propósito – a qualidade é superior aos a Bershka, Stradivarius e Blanco, por exemplo, por um preço mais baixo, o que permite fazer experiências ou usar algo diferente sem gastar quase nada. Infelizmente, os números não assentam a toda a gente. A mim o 36 não me serve e o 37 cai-me do pé, por exemplo. As botas já não têm esse problema, claro. Algumas carteiras são feitas em PU ou materiais semelhantes, e isso nunca funciona bem: são preferíveis as de tecido. E como é óbvio, há que observar com cuidado os acabamentos (como botões e costuras) que variam consoante as linhas e os modelos, bem como o material dos casacos – isto para quem, como eu, evita os tecidos sintéticos.
Blanco
Para mim esta marca tem um grande problema: uma oferta imensa numas lojas e reduzida noutras. Gosto de passar pela de Leiria, onde já comprei coisas muito giras por um preço que é um disparate, mas nunca encontrei nada que me agradasse na de Coimbra, por exemplo. Não é a única marca que faz isto, mas não é grande ideia para fidelizar clientes.
Recomendo: Vestidos de noite, festa e cocktail. Sheath dresses, vestidos de jersey, peças com peplum– a escolha é enorme, trabalham com aplicações e brocados lindos e a execução é razoável. Há que ter atenção à qualidade do tecido, que varia, mas vale a pena fazer uma “razia” nos saldos. Clutches.Skinny jeans leves e macios, muito semelhantes aos da Primark.
Menos bom: A caída das peças é uma surpresa. Acontecem algumas falhas a nível de proporções. Quando o tecido o justifica, vale a pena comprar e mandar alterar, pois só o material compensa o investimento. Não recomendo o calçado: fazem modelos bonitos mas pouco confortáveis, que se estragam num ápice.
Outras, de rajada
Pimkie
Houve tempos em que esta marca francesa tinha peças românticas e uma selecção fantástica de vestidos pretos- ainda mantenho alguns. Actualmente, recomendo apenas certos acessórios, como as luvas, e os bikinis, que não ficam a perder para algumas marcas especializadas.
Massimo Dutti
Os fatos e camisas caem bastante bem mas tendo em conta que a Zara se aprimorou nas peças mais clássicas…sinceramente, na maioria dos casos não acho que a diferença de preço compense. Por pouco mais, é preferível investir numa marca superior.
Dorothy Perkins, Dunnes e Miss Selfridge
Já recomendei estas lojas por aqui: se puderem dar um salto a Espanha ou ao Reino Unido, aproveitem para lá comprar vestidos e casacos. A maioria das marcas inglesas e irlandesas investe na variedade de tamanhos e modelagens adequadas aos diferentes tipos de corpo (para mulheres baixinhas, curvilíneas, plus size e por aí fora) em óptimos tecidos e modelos de alfaiataria invulgares com detalhes e aplicações. Muitos passam por peças bem mais luxuosas do que são na realidade.
Top Shop
Idem. Adoro os casaquinhos.
Jennyfer
Não tem grande expressão por cá, mas as suas lojas são o ai-Jesus das jovens francesas, das russas e das americanas que podem ir “abastecer-se” a Paris uma vez por ano. Em Portugal, é vendida em algumas lojas multimarcas. Apesar de bastante acessível – e de fazer algumas coisas que não lembram a ninguém – trabalha com materiais óptimos e tem cortes e modelagens fabulosos. Excelente para sobretudos, capinhas, alguns vestidos e especialmente blusinhas, tops, camisas e túnicas com detalhes riquinhos, mangas longas e 3/4, decotes de camponesa… Fazem peças maravilhosas em tamanhos pequenos, e as luvas também são muito boas.
Promod
Vendem saias de cetim muito bonitas, e complementos para traje social que valem a pena.
Parfois
A marca portuguesa tem evoluído de forma notória, e o sucesso é merecido. Vale a pena investir nas suas clutches, sacos e carteiras em pele e sapatos de festa, que têm moldes óptimos e estáveis.
Autoria: Imperatriz Sissi