O Portugal Fashion inaugurou as passerelles da Cidade Invicta. Depois do primeiro dia arrancar em Lisboa, com os jovens designers do espaço Bloom na estação de metro do Cais do Sodré, e de serem apresentados os desfiles da TM Collection e da dupla Alves/Gonçalves na Estufa Fria, o evento chega à Alfândega do Porto.
Sobre o tema “Abstrart”, o Portugal Fashion pretende celebrar o abstracionismo artístico presente na moda, em criações originais que fogem dos cânones estabelecidos. A criatividade não chegou só nas propostas para a próxima estação quente. O espaço onde se realizam os desfiles destaca-se por ser mais uma obra de arte do Portugal Fashion. Na passerelle, nos espaços lounge e bares vemos um cenário construído com material reciclado pintado por estudantes de arte, que usaram as cores do cartaz desta edição do Portugal Fashion. As modelos desfilam sobre uma plataforma feita com caixas de ovos espalmadas, num cenário iluminado para criar uma sintonia perfeita com o evento de moda.
Os primeiros a estrear o palco principal foram os três designers moçambicanos Alexandre Tique Alexandre, Taússe Daniel e Telma Orlando, ação resultante de um intercâmbio entre o Moçambique Fashion Week e o Portugal Fashion.
Seguiu-se Anabela Baldaque com a coleção “Diário”, um elogio à delicadeza, cheio de tesouros e memórias de uma mulher. A criadora fez um passeio por cores luminosas, com peças que vão do branco ao baunilha, passando pelo laranja, pelo dourado e pelo azul-escuro.
Em entrevista à ACTIVA, Anabela Baldaque explica que teve como ponto de partida a história de um diário, “onde escrevemos tudo o que nos é especial desde crianças, até chegarmos a mulheres”. O mundo feminino é um dos pontos centrais da designer que fez um “elogio à mulher em cada coordenado apresentado”. O próximo verão de Anabela chegará repleto de estampados florais e geométricos, impressos numa silhueta evasê com um toque quase vintage. Segundo a própria, as peças destinam-se a “mulheres muito poderosas e conscientes de si.” Os materiais variam entre a delicadeza da seda e os cetins.
A criadora refere a importância de conceber algo que seja fácil de vestir, porque afinal a “função da roupa é vestir o ser humano”. As peças de Anabela primam pela versatilidade e devem ser capazes de “brincar entre elas para criar diferentes conjuntos e, claro, com o guarda-roupa de cada mulher, para se transformarem”, afirma.
A aposta nos jovens designers, a grande bandeira no Portugal Fashion, não é esquecida pela designer que nos diz que com um sorriso aberto que também ela aprende com os mais novos. “É importante vermos estas propostas mais arrojadas” concluiu a designer que reside no Porto, onde deu os primeiros passos no mundo da moda.
Anabela Baldaque, que partiu para Paris para concluir os estudos na área, é presença constante nos desfiles de moda portugueses onde apresenta as suas roupas urbanas, práticas mas sempre muito femininas. As peças podem ser compradas na sua loja na Foz, aberta desde 2000.