Em exclusivo para a ACTIVA, a atriz e maior influencer portuguesa, falou-nos desta temática e ainda deixou uma mensagem para todos aqueles que estão neste momento num processo de transição de género.
ACTIVA: Rita, a Activa está presente na ModaLisboa em representação da moda “no gender”. De que forma te identificas com esta temática?
Rita Pereira: Identifico-me bastante, mas admito que nunca tinha pensado nisso enquanto tema, pelo simples facto de para mim ser normal vestir roupas do meu namorado e ele vestir as minhas. Só não veste as saias (ri-se) mas os casacos veste! “No gender” na moda é isso, certo?
A: Exatamente! Olharmos para a roupa sem darmos atenção ao local onde está exposta.
RP: E os rapazes poderem vestir cor-de-rosa! O meu namorado veste cor-de-rosa! Nós somos o verdadeiro casal “no gender with gender”. (ri-se)
A: Foste mãe há pouco tempo. Esta liberdade de decisão e estes valores são coisas que vais querer passar ao Lonô?
RP: Sim! Eu compro-lhe coisas ditas de menina.
A: Posso-te pedir um exemplo?
RP: Comprei-lhe há pouco tempo um fato de treino da Adidas com umas flores cor de rosa, que estava na secção, de menina e eu perguntei porquê.
A: Questionaste o porquê do fato de treino estar naquela secção?
RP: Sim! E a senhora respondeu-me “Ah, porque é de menina!” e eu disse “Deixou de ser, pronto”.
A: Tens noção do teu impacto nas vidas de pessoas que defendem esta causa, e que lutam por ela diariamente?
RP: Tenho noção do impacto que tenho nas pessoas, sim. Mas em relação ao “no gender” é algo no qual não penso porque faz parte de mim. Sai de mim naturalmente. Eu não visto o meu filho de cor-de-rosa para que as pessoas percebam que os meninos também podem usar essa cor. Visto-o de cor-de-rosa porque eu gosto, porque lhe fica bem. Esta questão das cores é-me tão natural!
A: Pegando na temática “género” e uma vez que tens um impacto inigualável no público português; se tivesses que deixar uma mensagem a quem neste momento está num processo de transição, que mensagem deixarias?
RP: Esta é uma pergunta mais delicada… O ser humano tem de ser aquilo que sente no seu coração que é, ponto. E não aquilo que alguém impôs que ele fosse. Portanto a única mensagem que eu posso deixar é “Não tenhas medo. Vai em frente!”.
A: Vou fazer questão de deixar isto por escrito, Rita; o teu depoimento sobre esta temática foi “do caraças”!.
RP: (ri-se) Muito obrigado!