Mathilde e Anne Bergue

Tudo começou na cozinha. Sim, leu bem. Foi nesse espaço da casa que, em vez de apenas sabores e condimentos, se nutriu da criatividade de uma mãe,  Anne, que começou a criar, com a ajuda da restante família, peças de joalharia artesanalmente. O que foi uma aventura doméstica cresceu e, em 2009, a marca – batizada com o nome de família, Bergue – abriu a sua primeira loja no Lx Factory, em Lisboa. Definindo-se como ‘trendy, original, artesanal e sem género’, a equipa aumentou, mas manteve intacto o espírito que norteou o seu nascimento. Hoje, a loja é também uma oficina e quem por lá passa tem a rara oportunidade de assistir à criação das peças pela mão da equipa de joalheiros – Carla, Aline, Rogério e Joana.

A sua essência permanece – a Bergue segue em frente sendo uma marca familiar, onde a Anne se junta a filha Mathilde, que recebe todos os seus clientes na loja física, e a Salomé, que lhe dá apoio. E foi exatamente com Mathilde que tivemos oportunidade de conversar um pouco sobre a marca que não distingue géneros e aposta forte na componente hand made das suas peças.

– A Bergue nasceu numa cozinha. É um sítio original para se criar uma marca de jóias. Começou por brincadeira?

Foi uma brincadeira sem realmente ser uma. Havia um real desejo de criar uma marca. O estudo da joalharia não foi um hobby, mas um verdadeiro projecto profissional. No entanto, no início não tínhamos a possibilidade financeira de conseguir estar noutro local que não a cozinha.

– De que forma a sua mãe imprimiu o seu ADN nesta marca?

Sem estar realmente ciente. A diversidade das suas origens nórdicas (belga e francesa) e do seu percurso por Espanha e Portugal criou o ADN da Bergue. Uma mistura entre um estilo mais nordico e do sul da Europa.

– Da cozinha, saíram para o exterior. Como foi este processo? Quais as principais etapas que assinala nesta história?

Como costumamos dizer em casa, “o movimento é vida”, portanto ficar parados nunca foi uma opção. Fomos crescendo naturalmente, primeiro começámos com as vendas privadas que nos ajudaram a testar o nosso produto. A seguir participámos nas feiras internacionais de Joalharia (Paris, Munique) onde estivemos em contacto com lojas para as quais revendiamos internacionalmente, desde o Harrods até ao museu de Chicago. Após alguns anos de evolução, tivemos a oportunidade de abrir uma loja no LX Factory e ter ao mesmo tempo o nosso Atelier na mezzanine.

– Das primeira peças até às coleções atuais, o que permanece e o que mudou?

Existem peças emblemáticas que mantivemos como o anel INSIDE OUT e o anel COBRA. Mas também houve flashes de inspiração como o nosso fecho, que desliza e permite regular o tamanho dos colares/pulseiras. O que mudou bastante, é que nos profissionalizamos mais, graças às novas instalações que nos deram possibilidade de crescer, poder testar novas máquinas e desenvolver as nossas competências.

– Como definiria a Bergue?

É uma marca de luxo acessível, original no entanto fácil de usar!

– Quem são as pessoas, nomeadamente a equipa de joalheiros, que trabalham na Bergue?

Somos 6 joalheiros, todos nós criamos, fazemos e vendemos. Temos a Carla, a Aline, a Joana, o Rogério, a minha mãe e eu. E continuamos a ser uma empresa familiar: a minha mãe e eu estamos sempre dentro da empresa, todos os dias. E não só fazemos tudo sozinhas, como somos responsáveis a nível financeiro por sustentar todos os períodos mais difíceis que possamos ter.

– Quantas coleções lançam por ano?

Por volta de 4 coleções por ano. Mas continuamos sempre a criar, existem peças que vão para a frente enquanto outras não. O período de Covid foi muito duro. Mas já estamos melhor e cheias de ideias novas!

– Que materiais valorizam mais?

A prata é o metal com o qual temos trabalhado desde o início, mas estamos cada vez mais a trabalhar com ouro. Desde alianças, anel de noivado como encomenda a medida, brincos, colares… etc

– É possível personalizar ou pedir joias ‘à medida’?

Sim, até é algo pelo qual somos conhecidos. Como tudo é fabricado no nosso atelier em cima da loja podemos adaptar todas as nossas peças e responder a qualquer pedido de peças a medida. 

– Assumem-se como uma marca sem género. Foi uma decisão presente de inicio ou que se tornou natural com a evolução da marca?

Percebemos há alguns anos que estávamos a vender muitos dos nossos produtos a todos os géneros. Penso que isto se deve provavelmente ao estilo da marca e à evolução dos clientes e da mentalidade em geral. Mas no início não era tão claro, os homens não usavam jóias tanto como hoje em dia. Hoje em dia já não é este o caso e o nosso estilo, que é mais nórdico e apurado, é provavelmente mais adequado a um público tanto masculino como feminino.

– É possível traçar um perfil do vosso cliente?

São pessoas sensíveis à arte e ao trabalho artesanal, que apreciam a originalidade sem cair no excesso. De todas as idades e géneros.

– Quais são os best sellers?

Os nossos clássicos e as nossas peças intemporais são os mencionados acima, o anel INSIDE OUT e o anel COBRA.
Uma das nossas peças que se tem destacado mais, com os nossos clientes e nas feiras de joalharia, é o Earcuff que cobrem a orelha. Nomeadamente o da coleção MAYA.

– Como se adivinha o caminho daqui para a frente?

Num futuro muito próximo pretendemos abrir uma segunda loja no centro de Lisboa. Dar mais ênfase nas peças de ouro, talvez desenvolver uma gama com peças de ouro mais específicas, O que é certo é que vamos continuar a evoluir!

A marca conta um website e uma página de IG. Aqui pode conhecer todos os produtos.

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