Realizou-se esta quinta-feira, dia 27, os Prémios Activa Mulheres Inspiradoras 2020. Uma cerimónia apresentada por Marta Atalaya que destacou o que de mais relevante se faz no nosso país no que toca a Artes, Ciência, Desporto, Negócios, Solidariedade e Sustentabilidade, com o apoio da Seat, Endesa, da Filorga e da Pantene.
Ana Rocha de Sousa venceu na categoria de Artes. A atriz e realizadora foi recentemente reconhecida internacionalmente pelo filme ‘Listen’. Depois de uma carreira de atriz em Portugal, partiu para Londres onde tirou o mestrado em Realização na London Film School. No Festival Internacional de Cinema de Veneza de 2020 venceu o Leão do Futuro e o Prémio Especial do Júri na secção ‘Horizontes’, pela longa-metragem ‘Listen’, tendo igualmente ganho os prémios Bisato d’Oro, Sorriso Diverso Veneza, Casa Wabi e HFPA, paralelos ao festival.
Nas Ciências, o galardão foi dado Joana Gonçalves de Sá. Nascida no Porto, é licenciada em Engenharia Física Tecnológica e Professora Convidada no Departamento de Física do Instituto Superior Técnico-UL e Investigadora Principal no LIP, onde coordena o grupo de investigação em “Social Physics and Complexity – SPAC”. Utiliza técnicas experimentais e computacionais (“big data” e sistemas da complexidade) no estudo do processo decisório, principalmente em política e saúde. Desde 2014 que dirige o Programa de Doutoramento Ciência para o Desenvolvimento (PGCD), no Instituto Gulbenkian de Ciência, com o objectivo de melhorar a ciência nos PALOP.
Através do Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biomedicina, desenvolveu a sua tese de doutoramento em Biologia de Sistemas na Universidade de Harvard, EUA. Recebeu em 2019 uma bolsa de 1.5M€ do European Research Council para estudar o papel dos enviesamentos do comportamento na partilha de “Fake News”.
Maria da Conceição foi a premiada em Desporto. Atleta e filantropa, Maria da Conceição participa em maratonas e ultramaratonas com o objetivo de ajudar as crianças das favelas do Bangladesh. Este apoio é feito através da Fundação Maria Cristina, uma organização sem fins lucrativos que fundou em 2005 em Dhaka, a quedeu o nome da mãe adotiva.
O prémio de Negócio foi entregue a Leonor Freitas. Representa a quarta geração de mulheres à frente desta empresa centenária, uma das maiores produtoras de vinhos em Portugal. A sua gestão transformou aquela que era uma casa de produção de vinho a granel num caso de sucesso com marcas reconhecidas e premiadasem Portugal e no estrangeiro.
Maria Amélia Ferreira recebeu o prémio de Solidariedade. Médica, investigadora, foi a primeira mulher a dirigir a Faculdade de Medicina do Porto, onde continua a dar aulas, a par do seu trabalho como provedora da Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses. Grande defensora da humanização da Medicina, considera que as mulheres são verdadeiras heroínas e que o têm demonstrado nesta pandemia.
Na Sustentabilidade, a premiada foi Helena Antónia Silva. É fundadora da plataforma colaborativa ‘Vintage for a Cause’, que procura estimular a devolução de peças de roupa para reaproveitamento de desperdício têxtil, algo que não só envolve designers e marcas de roupa como promove a inclusão de mulheres mais velhas no mercado de trabalho.
Nesta edição, distinguiu-se ainda a cientista Elvira Fortunato com o Prémio Carreira. Cientista, professora catedrática da Faculdade de Ciências e Tecnologia, vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, Elvira Fortunato é ainda diretora do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação, e do CENIMAT, Centro de Investigação de Materiais. Foi pioneira da eletrónica de papel no mundo e uma referência internacional na eletrónica de transparência. Foi ela que criou o primeiro transístor de papel e também o primeiro ecrã do mundo totalmente transparente com materiais sustentáveis. Com mais de 500 publicações científicas, e mais de 20 prémios e distinções internacionais, em 2021 foi distinguida com o Prémio Pessoa 2020, e ganhou o WFEO GREE Women in Engineering Award, o maior prémio internacional de engenharia que distingue o trabalho desenvolvido por mulheres engenheiras em todo o mundo.
A decisão destes distinções coube ao júri, composto por Natalina Almeida, diretora da revista Activa, Mafalda Anjos, publisher da Trust in News, Maria de Belém, Maria da Conceição Zagalo e Luís Marques Mendes.