“Acima de tudo, alguém muito paciente e com muita atenção ao detalhe e ao rigor.” É assim que Mafalda Paiva descreve o seu trabalho como ilustradora científica. “Isso implica estudo, investigação e treino, para podermos criar uma perspetiva diferente da entidade/objeto que estamos a desenhar. Posso dizer que desenho todos os dias, 10 a 12 horas. É uma regra que sigo sempre, mesmo de férias tenho de desenhar. É a única forma de ter a ‘mão solta’ e poder atingir o maior detalhe possível.
”Licenciada em Design de Mobiliário Urbano, com uma pós-graduação em Desenho Urbano, um mestrado em Ilustração Científica e com a ideia de “um dia concluir o doutoramento em Arqueologia”, veio de Santo André para Lisboa, com 15 anos, sozinha, para fazer o secundário na António Arroio. “Desde que me lembro como pessoa que desenho. O desenho de grande detalhe sempre me fascinou e em determinado momento fiz uma pequena formação de ilustração no ARCO e depois em Ilustração Científica no Instituto de Artes e Ofícios com o Pedro Salgado. A partir desse momento, a ilustração científica passou a ser o meu foco profissional.”
Para além das exposições em Nova Iorque, Barcelona, Macau e Austin, entre outras, diz que o maior reconhecimento formal foi o primeiro prémio no ‘Illustraciencia’ da Catalunha, “provavelmente o mais importante prémio ibérico”, e a participação na Bienal de Veneza, no pavilhão da Eslovénia, e na Capital Europeia da Cultura em Maribor. Para 2024 está previsto o lançamento de um livro em que está a trabalhar atualmente e que vai ser editado em todo o mundo. “Depois, logo se vê qual a próxima ‘montanha a subir’.”