Ok, o podcast é em inglês mas, se dominar minimamente o idioma, vale muito a pena, porque já ajudou milhares de pessoas a lidar com a perda. A ideia surgiu há cinco anos quando a atriz, comediante e autora britânica, Cariad Lloyd, decidiu falar publicamente sobre a morte do pai (cancro pancreático) quando ela tinha apenas 15 anos. Coincidiu também com a altura em que os podcasts atingiam novos níveis de popularidade. O podcast semanal ‘Griefcast’ foi também lançado algum tempo antes da pandemia e revelou-se muito útil na altura do confinamento.
“O meu objetivo, desde o início, era que fosse um podcast que, quando acabássemos de ouvir, não nos sentíssemos pior. Estamos todos neste clube ao qual ninguém pediu para entrar, e é muito útil quando percebemos que há outras pessoas no clube. Parte do luto é sentirmo-nos bastante isolados, então quando percebemos ‘Oh, não sou só eu’, isso ajuda.”
Todas as semanas, Cariad Lloyd convida uma figura pública – comediantes, atores, escritores,… – para falar dos seus próprios processos de luto de uma forma natural e leve (na medida do possível). Num dos episódios, a escritora Isabel Allende fala da morte da mãe e da filha. “Todos os dias acordo muito cedo, por volta das 4h30, 5h00, e passo algum tempo com a minha mãe, elas são as minhas companheiras de espírito, é uma forma simpática de começar o dia porque me recentra e me dá uma grande paz de espírito saber que estão presentes na minha vida”, diz a escritora chilena de 81 anos.
Existe também o livro ‘You are not alone’, onde Cariad Lloyd nos guia através do luto, inspirada pela sua própria história e conversas que teve com os seus convidados no podcast. Como ela diz, “aqui [no podcast] ninguém mudará de assunto”…