A dois meses de completar 90 anos, Helena Sacadura Cabral é uma voz bastante ativa nas redes sociais. É naquele espaço público que a escritora gostanão só de estar a par de temas mais próximos da juventude, mas também de refletir sobre temas mais abrangentes e sobretudo sobre a condição feminina.O prazer de ser mulher segundo Helena Sacadura Cabral
Numa das suas última spublicações, Helena Sacadura Cabaral, economista de formaçao, refletiu sobre o que é, para si, o prazer de ser mulher, definindo-o como um ator de coragem mas também de celebração. Um testemunho que vale a pena partilhar e pensar sobre.
“O prazer de ser mulher é uma experiência íntima e profunda, que vai muito além das convenções sociais ou dos padrões de beleza. Ele reside na capacidade de ser múltiplo: ser forte e vulnerável, ser cuidadora e independente, ser criativa e pragmática. É encontrar força nas próprias emoções, na conexão com o corpo e na liberdade de ser quem se deseja ser, apesar das expectativas alheias.
Há prazer em se reinventar, em cuidar de si e dos outros, em sentir orgulho das próprias conquistas. O prazer de ser mulher está também na delicadeza de se reconhecer nas vitórias, no autoconhecimento e na autonomia que só o tempo proporciona. É um sentimento que floresce nas sutilezas da vida quotidiana, nas conversas íntimas, nas trocas de olhares cúmplices, e no encontro consigo mesma em momentos de introspeção.
Ser mulher é um ato de resistência e, ao mesmo tempo, de celebração. É a constante redescoberta da própria essência e o caminho para a igualdade de género é feito de passos silenciosos, muitas vezes sutis, que vão transformando a realidade ao longo do tempo.
A igualdade começa, muitas vezes, na forma como educamos as próximas gerações: na liberdade de deixar meninas sonharem com o que quiserem e de permitir que meninos expressem os seus sentimentos sem receio
A igualdade avança quando, em pequenos círculos, valorizamos a voz da mulher em discussões profissionais, e quando permitimos que ela seja ouvida sem interrupções. O caminho é pavimentado por mudanças graduais nas mentalidades, nas estruturas e nas oportunidades.
Há uma beleza discreta em cada ato que desafia as expectativas limitantes, em cada espaço que uma mulher conquista, seja ele no campo pessoal ou profissional. A verdadeira igualdade alcança-se quando se reconhece que, em toda a diversidade, há um valor único, e que as diferenças podem coexistir em harmonia.
O movimento em direção à igualdade é contínuo, e cada passo, por menor que pareça, traz consigo o potencial de transformar gerações futuras.”