1. A força de vontade
Então mas não passam a vida a martelar-nos a cabeça que devemos ter força de vontade porque senão desistimos logo ao segundo dia? Pois por isso é que há tanta gente a desistir ao segundo dia. Pense em qualquer tipo de força. Imagine que está a puxar uma corda, por exemplo. Quando tempo aguenta? 5, 10 minutos? A força de vontade, como qualquer outra ‘força’, não se aguenta durante muito tempo, por isso é que tudo o que dependa dela é geralmente tão pouco efetivo. Quanto maior ‘força de vontade’ exigir a ida ao ginásio – se tiver de se levantar muito cedo, se impedir que saia com os seus amigos, se for longe de casa ou do trabalho, se fizer exercício chato e comprido, se ficar estoirada para o resto do dia – mais as hipóteses de não durar…
2. A motivação
Também nos disseram que, se fizéssemos qualquer coisa de que gostássemos, ia ser mais fácil não faltar às aulas. É verdade. É mais fácil. Mas a novidade passa depressa e chega a uma altura em que, por muito que se adore pular que nem um cabrito no Jump, apetecia-nos muito mais ir passear para qualquer lado, almoçar com a Rita ou mesmo não sair do lugar.
3. Os resultados
Para começar, não sãoimediatos, e depois, só vão aparecer se se esforçar a sério, e esforçar-se a sério custa, dá trabalho e, basicamente, é duro. E depois, mesmo que vá todos os dias disposta a matar-se, vai haver uma altura em que vai estagnar, basicamente porque o nosso corpo está feito para se proteger, e proteger-se inclui habituar-se às condições mais adversas.
4. A amiga que vai connnosco
Outro mito. Num dia a amiga falta e nós faltamos com ela, e como todos os adolescentes sabem, faltar às aulas entra rapidamente no sangue. Está tudo dito.
5. O professor giro
Ele até pode ser lindo de morrer, mas se estiver de facto a esforçar-se, vai começar a odiá-lo quando ainda não passaram cinco minutos desde que a aula começou, e a partir daí vai estar tão ocupada a tentar não desfalecer nem malhar com as ossadas no tabuado que até podia estar ali o Incredible Hulk (até talvez fosse mais meigo).
6. A Celulite
‘Ai vou começar imenso a fazer body combat e vou ficar sem celulite nenhuma’. Pois não vai. Temos pena. Pode ficar mais tonificada, mais magra, infinitamente mais gira e sexy (e para isto é preciso treinar a sério), mas sem celulite, é difícil, a não ser que esteja a ler isto com 4 anos e comece a treinar imeditamente.
AHHHHH!!!!!! Também não é preciso ir já cortar os pulsos. Vamos ao ginásio por uma enorme quantidade de razões: porque de facto nos sentimos melhor (a hormona do bem-estar não é um mito), porque podemos comer um bocadinho mais (não muito), porque nos tornamos mais saudáveis e mais alegres, porque não chegamos a maduras com um corpo que não é capaz de dar dois passos, porque fazemos amigos novos, porque ficamos logo com outra postura e nos tornamos, de facto, mais bonitas e mais confiantes.
Pormenor: se for a um ginásio, vai reparar que estão quase todos cheios, e que há muita gente assídua. Sendo que não são super heróis, também não deve ser assim tão difícil. Ok, então se a força (de vontade) não está comigo, como é que posso mesmo assim ser uma guerreira?
Há duas coisas que pode usar a seu favor:
- A rotina – Não pense ‘Ai que chatice ir ao ginásio quando me apetecia mesmo era ir comprar sacos do lixo para o Continente, se calhar não vou’. Não pense nada. Levante-se e vá. Afinal, de manhã também não pensamos ‘Ai que chatice, tenho que ir ali trabalhar, se calhar não vou’. Criar uma rotina leva tempo: não desista. Não se mate, não vá com muita sede ao pote, não vá fisgada em perder 17 quilos, não vá todos os dias, mas vá.
- As aulas – Mesmo que olhe pela janela e pense ‘ai que horror aqueles ali todos suados e a correrem tanto’, ir a uma aula, do que quer que seja (experimentá-las a todas é a opção mais segura para escolher as que mais lhe agradem) é muito mais divertido do que correr sozinha na passadeira, além de que a ajuda a criar rotinas e a fazer amigos que lhe vão cobrar ‘então não vieste ontem’?
Agora pegue nos ténis e não pense. Vá.