Richard Gunderman, professor na Indiana University, analisou vários estudos recentes que mostraram que apenas 2% dos fumadores nos Estados Unidos realizam o teste para detetar cancro do pulmão. Diagnosticado em cerca de 2300 mil americanos por ano, este tipo da doença podia ser prevenido – até 50%! -, caso os testes fossem realizados.
Mas, afinal, se este é um exame tão importante por que motivo é que a percentagem de fumadores a realizá-lo é tão baixa? De acordo com o especialista, há três principais razões: em primeiro lugar, os médicos não o discutem com pacientes potencialmente elegíveis para a realização do exame (normalmente, devido às exigências de rapidez impostas aos profissionais de saúde). Em segundo, poderá estar o próprio desconforto, tanto dos médicos, como dos pacientes, em falar acerca de uma doença mortal. Por fim, os custos do exame também poderão impedir que muitos o realizem. Embora alguns seguros de saúde cubram as despesas para pessoas elegíveis, muitas não possuem um ou, ainda assim, têm outras despesas associadas. O especialista aponta ainda a distância da residência das pessoas ao local do exame, bem como o receio das emissões de radiações (embora em doses baixas) como outras possíveis causas.
Afinal, em que consiste o exame? Nada mais, nada menos que uma radiografia aos pulmões, recomendada pelos serviços de prevenção americanos a adultos entre os 55 e os 80 anos de idade que tenham fumado o equivalente a um maço de tabaco durante 30 anos, e que ainda fumem, ou tenham fumado nos 15 anos anteriores.
O teste é não-invasivo e não dura mais que um minuto. Os radiologistas analisam as imagens e, caso não seja encontrado nada suspeito, recomenda-se a que o voltem a fazer passado um ano. Pelo contrário, se for detetada uma pequena lesão, o exame deve ser repetido poucos meses depois; se a lesão for maior, é aconselhada uma biópsia ou uma Tomografia por Emissão de Positrões (PET), de modo a identificar se se trata de cancro.
Embora não fumar – ou, caso fume, deixar de o fazer – seja a melhor forma de prevenir a doença, a verdade é que este exame pode também salvar muitas vidas. E precisa de ser mais falado!