De acordo com dados da quercus, o glifosato é o herbicida mais vendido em Portugal. Mas, segundo a Organização Mundial da Saúde, tem também, junto a outros pesticidas, grande potencial cancerígeno para humanos. E podemos estar a consumi-lo através dos alimentos em que menos esperamos.
Tal é o caso dos cereais de pequeno-almoço. Nomeadamente, aqueles fabricados pela gigante General Mills. Os famosos Cheerios são um dos produtos, bem como barras de cereais Nature Valley. De acordo com um relatório do Environmental Working Group (EWG), continuam a registar-se níveis elevadíssimos de glifosato nos produtos da marca.
“Como mostram estes últimos testes, uma caixa de Cheerios ou de outros produtos baseados em aveia, presentes nas prateleiras das lojas, têm, quase de certeza, uma dose do herbicida cancerígeno“, afirmou Olga Naidenko, vice presidente da organização, em comunicado.
Os níveis de glifosato detetados em 21 dos produtos com base em aveia foram mais elevados do que o recomendado pelos cientistas da EWG para crianças. E isto acontece, alegadamente, pelo facto de, perto dos cereais (ou mesmo sob estes) que serão usados na produção dos produtos alimentares, serem mortas ervas, através do uso do herbicida.
E como eliminar este perigo? Isto apenas será possível quando empresas como a General Mills passarem a “usar aveia e outros cereais de agricultores que não usem glifosato como dessecante“, revela a análise. Note que, de acordo com os dados recolhidos, os produtos da marca em que foram encontrados níveis mais alarmantes do químico foram os Honey Nut Cheerios Medley Crunch e os Cheerios regulares.
Num comunicado à Health, a General Mills referiu prioritizar a segurança alimentar, através do cumprimento das normas estabelecidas, nomeadamente no que toca aos níveis de pesticidas. Mas os resultados não enganam. E o melhor é prevenir.
No final de contas, sempre que possível, opte pelas versões orgânicas, sobretudo no que toca a produtos com base em cereais. E, mesmo assim, é possível encontrar níveis de glifosato em produtos orgânicos, já que o químico pode “viajar” pela água, solo ou ar. Perante esta realidade, é essencial que os consumidores não parem de demonstrar o seu desagrado e exijam produtos mais seguros.