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Karissa Ostheimer, de 34 anos, começou a ter sintomas algo estranhos na adolescência. Tal como contou à Health, por vezes, durante alguns minutos, não conseguia falar e sentia um terror avassalador. Quando esses episódios aconteciam – normalmente, sempre pela altura da menstruação -, não conseguia falar ou escrever.

Após consultar dois médicos diferentes, o diagnóstico foi o mesmo: sintomas de tensão pré-menstrual. A solução? A pílula. Porém, no último ano de faculdade, os episódios começaram a ser mais frequentes. “Os meus amigos viram-me ter os sintomas, uma vez, e disseram que parecia que eu estava a ver um fantasma“, lembra.

Ao consultar outros médicos, foi diagnosticada com transtorno disfórico pré-menstrual, uma forma mais agressiva dos sintomas que antecedem a menstruação. Além disso, aconselharam-na a que visitasse outro especialista, de psiquiatria, já que poderia sofrer também de um distúrbio de pânico.

A certa altura, Karissa começou a isolar-se, já que receava ter algum episódio em público. E começou também a sentir que poderia ser algo mais grave, mas sempre que perguntava aos médicos porque é que era a única pessoa que conhecia a ter aquele tipo de sintomas, respondiam-lhe “‘Não te preocupes, é só tensão pré-menstrual’ ou ‘É apenas um ataque de pânico‘”.

Numas férias, quando visitava a mãe, esta assistiu a um grave episódio – deixou cair uma chávena de café que tinha na mão e, após o sucedido, Karissa pareceu simplesmente, congelar. A ida ao hospital que se seguiu revelou-se infrutífera, já que o médico apenas pediu que fossem realizados testes de álcool e drogas e o facto de estes terem tido resultados negativos fez com que tivessem recebido uma conta de 1000 dólares para pagar, já que voltaram a casa sem um diagnóstico.

Meses após terminar a faculdade, os episódios tornaram-se mais frequentes e, certa manhã, quando conduzia para uma entrevista de emprego, Ostheimer voltou a ter os sintomas e, como resultado, acabou por bater com o carro. E foi este acontecimento que levou um médico a sugerir que fosse vista por um neurologista – seis anos após as primeiras queixas.

Os resultados dos exames revelaram que a jovem estava a ter, em média, cerca de 20 convulsões por dia. Foi diagnosticada com epilepsia catamenial (e isto justifica a intensificação dos sintomas na altura da menstruação). Mas o mais curioso (e preocupante) foi o facto de nenhuma das medicações anti-convulsões ter funcionado.

Três meses após o médico pedir uma ressonância magnética, Karissa soube, verdadeiramente, o que se passava: “Tenho más notícias para ti. Tens um tumor cerebral“, disse-lhe o especialista, pelo telefone. Aparentemente, a demora sucedeu devido a um erro dos funcionários, que não enviaram os exames ao médico para que este os pudesse rever.

Senti-me zangada e traída pelos médicos que ignoraram os meus sintomas durante todos estes anos. Confiei neles, a minha saúde nas mãos deles, e olhem onde me levou“, desabafou. O tumor revelou-se cancerígeno e, em março de 2010, submeteu-se a uma cirurgia para remover o máximo possível (acabaram por retirar-lhe cerca de um quarto do cérebro).

Seguiram-se duas semanas no hospital, alguns meses a viver com a mãe, e a certeza de que teria de se submeter a exames regulares para observar se o tumor voltava a crescer. Além disso, só após dois anos de terapia voltou a aprender a falar. “Foi como se houvesse uma ponte entre o meu cérebro e a minha voz“, conta.

Atualmente, nove anos após a cirurgia, Karissa tem apenas convulsões menores, uma ou duas vezes por mês. “Viver sem convulsões tem tornado a minha vida imensamente melhor, mas terei sempre os efeitos secundários da cirurgia. Às vezes, ainda tenho dificuldades em encontrar as palavras que quero. A minha vida parece que retrocedeu. Tenho 34 anos mas sinto que estou no início dos 20“, remata.

Por fim, a jovem deixou um conselho: “Digo a outras pessoas que nunca aceitem um diagnóstico ou tratamento que não resolva os seus sintomas. Não esperem até que algo fatal aconteça (como um acidente de carro) para chamar a atenção dos médicos. Não deixem que demore nove anos até descobrirem o verdadeiro diagnóstico“.

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