Atualmente sabemos que gravidez constitui um período que é geralmente vivido com grande emoção, contudo, os sentimentos podem tornam-se ambivalentes e contraditórios: por um lado, o encantamento e as expectativas positivas e, por outro lado, a insegurança e o medo.
Desta forma, muitas vezes, esta pode ser uma fase crítica e vulnerável para a saúde psicológica da grávida, do bebé e do casal parental. De acordo com o Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), entre 14 a 23% das mulheres demonstram sintomas de depressão durante a gravidez, e esta perturbação tem uma elevada probabilidade de persistir após o parto, caso não seja prontamente diagnosticada e tratada.
A Depressão na gravidez e/ou no pós-parto é uma doença que pode e deve ser tratada, sendo que a procura de ajuda e apoio constitui o primeiro passo para que isso aconteça eficazmente.
Agosto é o Mês Nacional de Amamentação. Este mês também inclui a Semana Mundial da Amamentação, entre os dias 1 e 7. Os especialistas compartilham informações sobre aleitamento materno e saúde mental.
Com o parto e o nascimento do bebé surge um conjunto de novas transformações e mudanças físicas, psicológicas e sociais. Todas elas podem interferir com o bem-estar emocional da mãe, influenciando a sua relação com o recém-nascido. Por sua vez, a necessidade de adaptação aos ritmos do bebé, como a amamentação, pode conduzir ao aumento dos níveis de fadiga e de desgaste emocional em ambos os pais, exigindo ao casal parental constantes reorganizações e adaptações, assim como uma preparação psicológica para as novas experiências que surgem agora.
Para as recém-mamãs, uma decisão importante é a de amamentar ou não. O que muitas mães não sabem é o que a amamentação pode ter um impacto na saúde mental das mulheres. Afinal de contas, estamos a falar de algo que, geralmente, exige muita energia e dedicação, absorvendo recursos físicos e mentais – muitas vezes até o ponto de deixar a mulher mais sensível e irritada. Para além disso, há a privação do sono e as mudanças hormonais, que criam o cenário perfeito para o aparecimento e desenvolvimento da depressão pós-parto.
Resumindo: para algumas mulheres, a amamentação é um momento exaustivo e doloroso, e não um tempo de ligação e afeto. Ao estabelecerem esse tipo de relacionamento com os respetivos filhos, é mais provável que criem uma ligação nociva, contrariamente ao esperado.
Uma mãe cansada (e talvez propensa a depressão pós-parto) não precisa de pressão extra. Embora a amamentação seja idealmente a melhor opção, alguns especialistas concordam que podem haver desvantagens em cobrar da mãe uma obrigatoriedade em relação ao aleitamento materno.
Nesta situação pandémica, o impacto da COVID-19 na saúde mental é bastante preocupante. Uma em cada cinco mulheres sofre de perturbações mentais na gravidez ou durante o primeiro ano de vida do bebé. Pelo que alerto para a importância do apoio e a ajuda dos profissionais de saúde: os psicólogos e pediatras são essenciais para que as mães consigam ultrapassar esta etapa.
Em caso de dúvidas, a orientação de um psicólogo especializado em mães, puerpério e bebés pode ser importante. Se está triste ou sente-se culpada por não conseguir amamentar, agende a sua Consulta de Grávida ou a sua consulta de Acompanhamento Psicológico no Período Pós-Parto e cuide do seu lado emocional.