
Vamos esclarecer uma coisa: ter outro ser vivo a crescer dentro do seu corpo não é uma tarefa fácil, então é totalmente compreensível que se sinta no limite… ou que se preocupe com a possibilidade de sofrer um aborto espontâneo. E não está sozinha.
De acordo com um estudo de 2015, publicado na revista científica “Obstetrics & Gynecology“, 41 por cento das mulheres inquiridas que sofreram um aborto espontâneo dizem que sentiram algo errado — e muitas acreditavam (incorretamente) que carregar coisas pesadas ou o facto de andarem stressadas era o motivo.
Na verdade, segundo a American College of Obstetricians and Gynecologists, a perda de um bebé antes das 20 semanas acontece em cerca de 10 por cento das gestações conhecidas. Em metade delas, isto acontece por conta anormalidades cromossomáticas que não podem ser evitadas.
Embora as mulheres possam passar por abortos espontâneos recorrentes, ou seja, duas ou mais perdas consecutivas – uma condição que deve ser avaliada para se encontrar uma causa subjacente, como defeitos genéticos ou condições crónicas -, na maioria dos casos trata-se de um evento isolado. Dito isto, não custa estar informada sobre potenciais sinais de alerta.
Aqui ficam cinco sintomas do aborto espontâneo aos quais as grávidas devem estar atentas.
Sangramento intenso
Embora, sim, o sangramento seja um sinal de aborto espontâneo, isso depende do tipo que você está enfrentando. “Como o óvulo fertilizado se enterra ou implanta no útero, pode sofrer pequenas perdas de sangue”, explica a ginecologista e obstetra Kecia Gaither ao site da revista americana “Women’s Health”. Também pode sangrar devido ao desenvolvimento da placenta”, acrescenta. A especialista diz ainda que um fluxo intenso de sangue vermelho vivo deve fazer soar os alarmes.
De acordo com a U.S. National Library of Medicine, se a gravidez continuar depois de algum sangramento, pode ser considerado que houve uma ameaça de aborto. Nesse caso, a gestação deve ser monitorizada por um médico.
Coágulos muito grandes
Embora algumas perdas de sangue sejam normais durante a gravidez, o surgimento de coágulos é motivo para telefonar ao seu médico. Segundo o site da Planned Parenthood, uma organização sem fins lucrativos que provê cuidados de saúde reprodutiva nos Estados Unidos e em todo o mundo, alguns deles podem chegar ao tamanho de um limão, por exemplo.
O seu corpo também pode eliminar tecidos (que se assemelham muito a um sangramento intenso), ou um fluido vaginal cor-de-rosa claro. De qualquer forma, se estiver grávida e notar que a sua vagina está a expelir algo diferente/fora do comum, não hesite em ir ao médico.
Dores semelhantes às da TPM
À medida que o útero começa a expandir-se, as dores semelhantes às cólicas menstruais podem ser totalmente normais, afirma a Dra. Gaither. Contudo, em alguns casos, também podem ser sinal de um aborto espontâneo. “As cólicas são causadas pela contração do útero tentando, numa tentativa de expulsar a gravidez”, explica.
O sangramento e as cólicas também podem ser sinais de outros problemas como, por exemplo, a gravidez ectópica, ou seja, quando um óvulo fecundado se fixa em algum lugar fora do útero (geralmente numa trompa de falópio). Por isso, se tiver estes sintomas, é uma boa ideia procurar um especialista.
As suas costas estão a dar cabo de si
Assim como as cólicas, também pode sentir uma dor no fundo das costas, que pode variar de uma dor leve a um grande desconforto. É importante sublinhar que isto também pode ser normal numa gravidez saudável. Aqui, o melhor conselho não é muito inovador: fale sempre com o seu médico sempre que tiver preocupações em relação a determinados sintomas.
Menstruação inexplicavelmente atrasada
Se o seu período é certinho como um relógio mas desta vez está atrasado (e tem tido relações sexuais desprotegidas), pode ter passado por uma gravidez química, revela Gaither. Geralmente, isto acontece sem que a mulher perceba, a não ser que esteja a tentar engravidar e faça um teste.
A gravidez química acontece quando o óvulo e o espermatozoide se encontram, ocorre a fecundação e o corpo produz a hormona HCG, mas as coisas não se desenvolvem mais, explica a especialista. Este tipo de gestação podem compor entre 50 a 75 por cento dos abortos espontâneos, avança a American Pregnancy Association.