Uma fotografia de uma jovem brasileira a levar a vacina contra a covid-19 na zona do glúteo tornou-se viral. Desde então, muitos se questionaram qual o local mais indicado: esse ou o braço, onde é mais comum ser aplicada. Em conversa com o portal Minha Vida, Lorena Castro Diniz, alergista e coordenadora do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), esclareceu algumas dúvidas.
A zona em que a jovem levou a vacina chama-se ventroglútea e é uma excelente alternativa para vacinas intramusculares – aquelas injetadas diretamente no músculo, onde há mais células do sistema imunitário -, já que “oferece a melhor espessura de músculo, é livre de nervos e vasos sanguíneos, com uma camada mais estreita de gordura, além de apresentar redução de dor durante a aplicação“.
Mas será que há diferença na eficácia da vacina aplicada no braço ou glúteo? Segundo Lorena, não. Porém, diz que há algo que pode variar: “A região dorsoglútea, muito usada para a administração de imunobiológicos e medicamentos em geral no passado, deixou de ser um sítio de primeira escolha devido ao risco de lesão do nervo ciático, além de ser uma região que apresenta falta de células fagocíticas adequadas, necessárias para a imunogenicidade“.