A síndrome dos ovários poliquísticos (SOP), um distúrbio hormonal que pode manifestar-se através de ciclos menstruais irregulares, níveis elevados de testosterona ou ovários aumentados com vários quistos, é uma das principais causas de infertilidade nas mulheres.
Sabe-se que é uma condição bastante comum, afetando uma em cada cinco pessoas em idade reprodutiva, e pode prejudicar o metabolismo e a capacidade reprodutiva. Porém, os mecanismos e causas subjacentes deste distúrbio endócrino permanecem largamente incompreendidos. Quer tenha medo de transmitir a patologia às suas filhas ou de herdá-la da sua progenitora, eis o que dizem os especialistas:
Então, a SOP é Hereditária?
É difícil afirmar com toda a certeza, mas é uma possibilidade — e pode remontar ao ambiente intrauterino do feto. Quem o diz é a Dra. Meggie Smith, ginecologista e obstetra especialista em endocrinologia reprodutiva e em fertilidade, em declarações à revista Health. “Embora ainda ninguém saiba exatamente o que causa a SOP, acreditamos que seja uma interação entre a genética e o ambiente”.
A Dra. Lauren Streicher, professora clínica de Obstetrícia e Ginecologia, concorda. “Ninguém diria que a SOP é principalmente genética, mas é justo dizer que parece haver um componente genético que pode estar associado à SOP, mas não foi especificamente descrito e é multifatorial”.
Distúrbios Complexos
Segundo a revista científica Genetics Home Reference, um distúrbio multifatorial é influenciado por muitos fatores diferentes, que podem incluir múltiplos genes, juntamente com uma combinação de estilo de vida e fatores ambientais (exercícios físicos, dieta, exposição à poluição, etc.). Embora a endocrinopatia não tenha um padrão hereditário claro, ainda de acordo com a publicação, parece haver algum tipo de associação familiar — estima-se que entre 20 a 40 por cento das pessoas com SOP tenham um membro da família afetado, geralmente a mãe ou uma irmã.
No que diz respeito às variantes de genes específicos com maior probabilidade de contribuir para a síndrome dos ovários poliquísticos, tudo indica que serão os genes envolvidos na produção de androgénios, nomeadamente aqueles que levam a “altos níveis de androgénios, como a testosterona, nos ovários. Isto porque dificultam a comunicação entre o cérebro e os ovários para a função ovulatória normal”, diz a Dra. Smith. A Genetics Home Reference explica ainda que variantes genéticas que interferem com a hormona folículo-estimulante, a produção de energia, a inflamação e a produção e regulação de insulina também podem desempenhar um papel.