O vírus do papiloma humano (HPV), uma infeção sexualmente transmissível que afeta a maioria da população em todo o mundo, é associado a altos níveis de vergonha e desconhecimento. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada pela Jo’s Cervical Cancer Trust, uma organização beneficente que apoia pacientes com cancro do colo do útero no Reino Unido.
O estudo revela que ainda existe um certo estigma em torno do vírus, que pode ter consequências mais sérias do que a infeção em si. Uma das conclusões mais preocupantes é que muitas mulheres não fazem a citologia do colo do útero, também conhecida como exame de Papanicolau, que diagnostica a evolução para doença, precisamente por conta desse estigma.
Das duas mil participantes, metade afirma que sente vergonha e que perdeu interesse por sexo após ter contraído o vírus. Além disso, 35% das entrevistadas confessam que não fazem ideia do que é o HVP, enquanto 60% acreditam que é o mesmo que ter cancro. Resultados que mostram que é urgente disseminar mais informações sobre o assunto, uma vez que o conhecimento pode salvar vidas.
Com isso em mente, reunimos 4 mitos sobre o HPV que é importante derrubar:
- “O HPV só transmitido sexualmente”
A verdade: a transmissão do HPV acontece através do contacto sexual, mas também pode ocorrer pelo contacto com a pele ou mucosas infetadas. O preservativo ajuda a reduzir o risco de contágio, mas o vírus pode infetar as áreas que não estão cobertas por este método contracetivo de barreira. - “O HPV é um sinal de promiscuidade”.
A verdade: estima-se que até 80% das pessoas sexualmente ativas tenham contacto com o vírus em algum momento da vida. Um indivíduo pode ser contagiado com facilidade, inclusive na primeira vez que tiver qualquer tipo de relação sexual. - “HPV é o mesmo que ter cancro”.
A verdade: existem mais de 100 estirpes de HPV e 40 delas afetam a genitália. Os tipos de baixo risco não causam cancro, mas podem causar verrugas nos órgãos genitais e ânus. Já os de alto risco, que são cerca de 14, podem causar cancro do colo do útero e outros cancros genitais (vulva, vagina, pénis e ânus), bem como cancro oral e da laringe. - “Se tiver HPV, vou saber”.
A verdade: o HPV não apresenta sintomas e, na maioria dos casos, o sistema imunitário elimina o vírus em até dois anos. Quando isso não acontece, há a possibilidade de evoluir para doença, sendo que o exame de Papanicolau identifica quaisquer células anormais.