Num artigo para a revista CRESCER, a ginecologista Carolina Ambrogini falou sobre algo que incomoda muitas mulheres: o odor vaginal. A médica começou por explicar que o cheiro normal da secreção vaginal é leve, até ligeiramente adocicado. Já o da vagina em si pode sofrer alterações ao longo do ciclo menstrual.
Além disto, a flora vaginal também pode influenciar o odor. Esta é composta, sobretudo, por bacilos de Dordelein ou lactobacilos. Se estes estiverem em equilíbrio com as bactérias causadoras de mau cheiro, como a gardnerella, este não se faz sentir. Porém, quando algo provoca um desequilíbrio, pode dar-se a vaginose bacteriana, aumentando o mau odor, semelhante ao cheiro de peixe podre.
O pH vaginal também tem o seu quê no que ao odor diz respeito – quando está mais alcalino (como durante a menstruação ou após relação sexual com ejaculação), pode piorar ou intensificar o cheiro, dada a maior proliferação de bactérias.
Por fim, também a transpiração excessiva na zona das virilhas pode fazer aumentar a intensidade do cheiro da zona íntima, pelo que se deve evitar calças apertadas ou tecidos que não absorvam a humidade. Ambrogini reitera que o cheiro da vagina não é “perfumado”, mas devemos encará-lo com naturalidade, estando, claro, atentas a quaisquer sinais de alarme.
De modo a manter a flora vaginal saudável, a médica deixa as seguintes dicas:
- Não lavar a vulva em excesso
- Use sabonetes com pH neutro, de preferência líquidos
- Consuma alimentos com lactobacilos vivos, como o kefir.