
Dormir com alguém que ressona pode ser um verdadeiro pesadelo. O desconforto também é sentido por quem tem este problema, causado pelo estreitamento ou obstrução das vias respiratórias superiores durante o sono.
“O fenómeno faz com que a passagem do ar seja dificultada, acabando por provocar uma vibração nessas estruturas“, explica o otorrinolaringologista Mohamad Saada à revista Cláudia. “Como o ar não passa com facilidade, faz-se um esforço respiratório muito grande. Como tal, a pessoa não mantém um sono profundo que lhe permita descansar e revitalizar toda a parte cerebral e vascular”.
Assim, diz o especialista, quem ressona tem mais hipóteses de apresentar cansaço; sonolência; irritabilidade; falta de memória; riscos cardiovasculares, como enfarte, AVC e arritmia cardíaca; impotência sexual; perda de libido; e alterações hormonais.
As causas
A causa deve ser avaliada por um profissional de saúde. Em alguns casos, os roncos ocorrem devido a excesso de peso, porque a gordura acumulada na garganta dificulta a passagem de ar. Também podem ser sinal de um desvio do septo, pólipos no nariz ou até mesmo de tumores.
Apneia (suspensão da respiração durante o sono); consumo de álcool e drogas; flacidez nos músculos da garganta; sinusite; tabagismo; problemas na arcada dentária e dormir de barriga para cima também são associados a ressonar.
Como parar de ressonar?
O Dr. Mohamad Saada recomenda praticar exercício físico, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e usar um humidificador de ar no dia a dia. Estas mudanças básicas já trazem melhorias, mas, às vezes, é necessário recorrer a tratamentos específicos. Tudo depende da gravidade da situação.
“Existem exercícios da fisioterapia que podem fortalecer os músculos da garganta e melhorar o problema (…) Quando o paciente tem obstrução nasal por algum motivo, pode ser feita uma cirurgia. Caso as amígdalas sejam muito grandes e ocupem um espaço considerável, também pode ser feita a remoção das mesmas. Para a apneia, podem ser sugeridos aparelhos CPAP [máquina geradora de pressão positiva contínua da via aérea]”, esclarece o médico.