Talvez pareça inevitável passar uns dias do ano à base do pijama, lenços de papel, remédios e Netflix. Porém, é possível reverter este cenário ao dar mais atenção ao sistema imunitário.
Uma das principais funções desta rede de células, tecidos, órgãos e proteínas especiais é defender o organismo contra agressores externos, mas não é a única. Também combate inimigos internos, pondo ‘ordem na casa’ e zelando para o corpo trabalhar em equilíbrio.
Veja, abaixo, seis formas de reforçar a sua imunidade.
Manter o cérebro ativo
As atividades intelectuais que exigem planeamento e exercitam a memória aumentam a resistência, determinou uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Ao analisar jogadores de bridge (um jogo de cartas), o grupo concluiu que as partidas mobilizam uma área do cérebro conectada à glândula timo. Localizada um pouco abaixo do pescoço, é a maior responsável pelo nosso arsenal de defesa: dali partem os linfócitos B (produzem anticorpos), e as células T, chamadas de natural killers (assassinos naturais) pelo modo avassalador como atacam agentes infecciosos.
Comer bem
Prepare a lista do supermercado: frutas cítricas, malagueta, brócolos, alho, gengibre, espinafre, iogurte com probióticos, canja, frutos do mar e chá-verde aumentam as defesas. Mas não se limite a estas sugestões. Para seguir uma alimentação equilibrada e rica em vitaminas e sais minerais, “pinte” os seus pratos com vegetais verdes, hortaliças e frutas. Além disso, beba mais água e não abuse da comida de plástico.
Fazer mais sexo
Fazer sexo uma ou duas vezes por semana provoca um aumento de 30% nas taxas do anticorpo IgA, diz um estudo da Universidade Wilkes, na Pensilvânia (EUA), que contou com a participação de 112 voluntários. O IgA impede a fixação e a proliferação de vírus, bactérias e outros micro-organismos nas mucosas do intestino, do estômago e da boca — portanto, ajuda a barrar gripes e constipações.
Treinar com frequência
Segundo um estudo conduzido pelas universidades britânicas King’s College London e de Birmingham, a produção das células protetoras declina de 2 a 3 por cento por anualmente a partir da segunda década de vida. O exercício físico aumenta a oxigenação, sendo que todas as células precisam desse combustível, inclusive as imunitárias. O importante é encontrar um equilíbrio: treinar em excesso pode ter o efeito contrário, debilitando o sistema.
Cortar o tabaco
Como se não bastasse o mal que faz ao coração e aos pulmões, o tabaco é inimigo do sistema imunitário. Além de prejudicarem a oxigenação e o metabolismo das células, os cigarros comprometem a função das celhas presentes na mucosa respiratória, que estão em constante movimento para impedir a entrada de invasores. Qualquer bactéria que tente instalar-se é “varrida” por elas, mas não no caso de quem fuma.
Lavar mais as mãos
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o hábito reduz em 40% o perigo de infeções (gripes, diarreias, conjuntivites, etc.). Só precisamos de água e sabão para higienizar as mãos, o principal ‘meio de transporte’ de vírus e bactérias quando há contacto com pessoas doentes ou objetos contaminados. Se elas forem levadas aos olhos, nariz ou boca, dificilmente o corpo se livra do contágio. Lavar as mãos é algo tão decisivo na prevenção que existe um Dia Mundial de Higienização das Mãos, assinalado no mês de maio.