Imagine que tinha engolido uma pastilha elástica em 2014. Aníbal Cavaco Silva ainda era Presidente da República, o TikTok ainda não tinha sido lançado e a morte de Eusébio marcava a atualidade. Pode parecer uma eternidade, mas reza a lenda que se tivesse engolido uma pastilha nessa altura, o seu corpo só terminaria a digestão agora.
Na nossa infância, os adultos aterrorizavam-nos com a ideia de que podíamos passar sete anos com um pedaço de pasta açucarada no estômago. Ma será que isso é cientificamente possível?
De acordo com a BBC, as pastilhas são compostas por uma goma–base, açúcar (ou adoçante), aromatizantes, conservantes e emolientes. Ingredientes como açúcares e aromatizantes são quebrados com facilidade pelo nosso sistema digestivo e excretados rapidamente. O mesmo acontece com os emolientes, que não representam um problema para o conjunto de órgãos que têm por função a realização da digestão.
O único ingrediente da pastilha elástica que teria de enfrentar tanto os ácidos do estômago quanto as enzimas digestivas do intestino é a goma-base. Mas mesmo que ela não seja quebrada pelo sistema digestivo, isso não significa que fique na barriga por sete anos. E também não se enrosca à volta do coração, como muitos acreditam. Sabe-se que os corpos estranhos com menos de dois centímetros de diâmetro, como uma moeda, conseguem sair do estômago e do intestino sem causar estragos, sendo que a pastilha tem a vantagem de ser macia e flexível.
Dito isto, conclui o site, engolir pastilhas só poderá representar um problema se estivermos a falar de quantidades muito grandes.