A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna (SPPCV), a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) e a Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPNC) acabam de divulgar os resultados de um estudo nacional pioneiro que revela que 28,4 por cento dos portugueses sente que a sua actividade profissional já foi prejudicada ou comprometida de alguma forma pelo facto de ter dores nas costas.
A investigação revela que 421,030 pessoas faltaram ao trabalho em 2008 devido às dores nas costas e que 28 por cento teve necessidade de faltar entre dois a cinco dias, e 24 por cento mais de dez dias. O estudo indica ainda que 31,3 por cento dos portugueses já teve necessidade, pelo menos uma vez, de pedir baixa médica por causa das dores nas costas.
De igual modo, 42,2 por cento dos inquiridos assume que já sentiu limitações sociais e/ou familiares derivadas às dores nas costas, com destaque para as dificuldades na realização de tarefas domésticas (25,2 por cento) e dificuldade para apanhar objectos (18,4 por cento).
De acordo com o Dr. José Neves, Presidente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia “os resultados deste estudo demonstram bem a dimensão e o impacto que as dores nas costas e as patologias da coluna representam na população portuguesa.”
Uma das conclusões do estudo é que 7 em cada 10 pessoas sofre de dores nas costas, ou seja, 72,4 por cento da população portuguesa. Entre as principais doenças associadas às dores nas costas destacam-se as referências às hérnias discais (33,6 por cento), aos bicos de papagaio (19,4 por cento) e às escolioses (14,8 por cento). No entanto quase metade dos portugueses (41,7 por cento) admite que nunca ouviu falar de doenças relacionadas com as dores nas costas.
“É preocupante saber que os portugueses não têm conhecimento que as suas dores fortes e persistentes podem ser um sintoma grave de alguma doença ou problema, e que por isso podem não estar à procura de resposta ou tratamento para esse problema”, comenta o Dr. António Cerejo, presidente da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia.
Este estudo indica também que para 66,6 por cento dos portugueses as dores nas costas provocam um mau estar geral, cansaço e fadiga (41,7 por cento) ou dores nos membros inferiores (20,6 por cento). Para a maioria dos inquiridos (59 por cento) a dor tende a ser na zona lombar (rins), no pescoço (33,9 por cento) ou generalizada (22,4 por cento).
Na opinião dos inquiridos as dores nas costas devem-se principalmente ou a esforço excessivo (45,3 por cento) ou a má postura corporal (32,1 por cento). Por outro lado, quase metade dos portugueses entrevistados (48,6 por cento) considera a dor nas costas muito incomodativa.
“Na sequência destes resultados, que comprovam a necessidade de intervenção junto dos portugueses, decidimos lançar a campanha “Olhe pelas Suas Costas”, uma iniciativa inédita em Portugal, que visa sensibilizar a população em geral para as dores nas costas, alertar para as suas consequências na vida pessoal e profissional, e educar sobre as formas de prevenção e tratamento existentes”, explica o Dr.
As dores nas costas são a segunda causa, em números globais, em Portugal, das visitas ao médico, afectando tanto os homens como as mulheres. As doenças que afectam a coluna representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física e são uma das principais causas de ausência no trabalho em todo o mundo.