Numa altura em que a maternidade é cada vez mais protelada pelas mulheres, novos estudos indicam que, quando mais tarde se é mãe, mais elevada a probabilidade de vir a sofrer de depressão pós-parto.
A idade pode ser sinal de maturidade, mas no caso de ter um primeiro filho, nem sempre funciona a favor. As mulheres que adiam esse momento até terem a sua vida profissional estabilizada correm o risco de, ao decidirem ser mães, prepararem com demasiada ansiedade esse momento e mostram sinais de stresse quando nem tudo corre conforme o planeado, o que conduz a um risco superior de depressão pós pasto.
Esta é a conclusão de um estudo desenvolvido pela cientista Silje Marie Haga, da Universidade de Oslo, na Noruega, num universo de 350 mães: “existem indícios que as mulheres que tem o primeiro filho tardiamente são mais vulneráveis à depressão pós parto, talvez porque estão habituadas e estar em controlo das suas vidas: elas tiveram uma longa educação e estabilizaram as suas carreiras antes de terem filhos; mas nós não podemos controlar um bebé, temos de ser extremamente flexíveis” . Daí que, segundo a investigadora, “se sintam muito em baixo quando as coisas não correm conforme planeado (…) trata-se do medo de falhar em atingir algumas expectativas que pode ser o gatilho para a depressão.”
Ao contrário, as mulheres com visão mais relaxada da maternidade e expectativas menos definidas lidam melhor com as mudanças inesperadas.