Já é possível adiar a maternidade através de uma técnica que congela parte do tecido dos ovários para que seja reimplantado anos mais tarde.
O tratamento já é feito em alguns países como Estados Unidos, Dinamarca e Bélgica, avança a edição online do jornal britânico Daily Mail, e 19 bebés já nasceram como resultado dele. No Reino Unido, espera-se para dentro de seis meses a abertura da primeira clínica onde o tratamento estará disponível.
Mas não é uma opção acessível a todas as carteiras, pelo menos para já. Os custos rondarão as 16 mil libras, quase 19,500 euros.
O procedimento envolve a extração de cerca de um terço do tecido de um dos ovários, feita quando as mulheres são mais férteis (na faixa etária dos 20 anos e início dos 30), que é depois conservado em nitrogénio líquido, onde se mantém congelado até a mulher achar que chegou a altura certa de ter filhos. O tecido é depois descongelado e reimplantado no ovário. Meses depois, está potencialmente pronto a produzir milhares de óvulos, segundo alguns especialistas em reprodução ouvidos pelo Daily Mail. A técnica poder ser mais eficaz do que a FIV ou a congelação de óvulos (que pode produzir até 12 óvulos viáveis), argumentam alguns especialistas em reprodução humana.
Até agora, grande parte das mulheres que optaram pela técnica são doentes de cancro que querem preservar o tecido dos ovários para o proteger de eventuais danos da quimioterapia. Mas a técnica poderia permitir também às mulheres jovens e sem problemas de saúde esperar pela altura certa para ter filhos.
Alguns especialistas contrapõem que, embora seja uma alternativa viável em casos de quimioterapia, remover tecido dos ovários numa fase demasiado precoce da vida, por outras razões, não é recomendado. Receiam que possa causar cicatrizes e danos na pélvis, que podem prejudicar as hipóteses da mulher conceber naturalmente.