Uma nova pesquisa do Inserm, Instituto Francês de Saúde e Pesquisa Médica, concluiu que os trabalhadores que adiam a entrada na idade de reforma, apresentam um risco menor de desenvolver a Doença de Alzheimer e outras formas similares de demência.
O estudo pesquisou as fichas médicas de 500 mil franceses reformados, sobretudo de trabalhadores independentes retirados da atividade profissional há mais de 12 anos (a média de idades rondava os 74 anos). Descobriu que 2,65% tinham desenvolvido uma forma de demência. Mas a pesquisa do Inserm concluiu também que esse risco diminuía para aqueles que se mantinham profissionalmente ativos até mais tarde.
“Quem se retira do trabalho aos 65 anos tem um risco 15% menor de vir a sofrer de Alzheimer do que alguém que se reforma aos 60”, diz à edição francesa do Huffington Post a diretora do departamento de epidemiologia do Instituto de Saúde Pública, Epidemiologia e Desenvolvimento, em Bordéus, Carole Dufouil.
Poderão este e outros estudos similares funcionar como argumento para legitimar as políticas que defendem o aumento da idade de reformar? A verdade é que o trabalho não é a única forma de prevenir a doença de Alzheimer. O importante, sublinham os investigadores mundiais nesta área, é manter uma atividade mental regular. Estudos anteriores concluíram que os idosos que leem e escrevem regularmente também apresentam um risco menor de vir a sofrer destas doenças, tal como aqueles que mantêm uma vida social dinâmica. Escrever um romance, ler um bom livro e falar com os seus melhores amigos, pode ser tão eficaz como trabalhar até aos 70 ou mais.
Em França, os trabalhadores com 60 anos podem reformar-se, desde que tenham mais de 40 anos de descontos feitos para a Segurança Social.