
O relógio biológico limita a idade em que as mulheres realizam o sonho de ser mães. Vários especialistas alertam para os perigos de uma gestação tardia que, segundo a Organização Mundial de Saúde, acontece a partir dos 35 anos. Quando o projecto da maternidade é adiado para depois dos 40, podem surgir problemas como doenças cardíacas ou diabetes. No entanto, um novo estudo vem contrariar esta teoria.
Um grupo de pesquisadores afirma que os riscos não começam aos 35 anos, mas mais cedo, entre os 30 e os 34 e que, nestas idades, a probabilidade de ocorrerem problemas de saúde aumenta 20%. A equipa do Instituto Karolinska, em Estocolmo, e da Universidade de Bergen analisou dados das primeiras gravidezes de cerca de um milhão de mulheres, na Suécia e na Noruega. Na pesquisa foram comparados os resultados da gravidez de mães com mais de 30 anos e de mães entre os 25 e 29 anos. A conclusão mostra que, no caso de mulheres que têm a primeira gestação com pouco mais de trinta anos, o risco de parto prematuro – durante a 22ª a 31ª semanas de gravidez – é um quinto maior.
O responsável pelo estudo afirma que “biologicamente, o melhor momento é provavelmente entre os 20 e os 30 anos.”
Em Portugal, em 1980, a primeira gravidez ocorria, em média, aos 24 anos. Quase três décadas depois (dados de 2008 do Instituto Nacional de Estatística), as mulheres tinham a sua primeira gravidez, em média, aos 27.8 anos. Nos últimos anos, a fecundidade entre os 30 e os 39 anos aumentou e o número de mães que tiveram filhos depois dos 40 anos, subiu para o 3.2%, em 2008 – situava nos 1.3%, em 1980.
Portugal, com cerca de 3% da fecundidade a acontecer acima dos 40 anos, encontra-se em níveis próximos de muitos países europeus.