Está a ficar com cada vez mais cabelos na escova? Se o seu rabo-de-cavalo está cada vez mais fino, saiba que não está sozinha. Por exemplo, nos Estados Unidos, quase metade das pessoas que lidam com perda de cabelo são mulheres, avança a American Hair Loss Association.
Apesar de existirem muitos tratamentos, nenhum deles tem resultados imediatos. É aí que entra o microblading, que consegue uma mudança instantânea na aparência do cabelo e está a ganhar muita popularidade.
Provavelmente já ouviu falar da técnica para sobrancelhas, que consiste numa tatuagem semi-permanente que simula o aspeto de pelos verdadeiros para acrescentar densidade a sobrancelhas finas ou com falhas. Ao longo dos anos, o mesmo procedimento foi adaptado para o couro cabeludo para camuflar a perda de cabelo.
A revista Shape esclareceu algumas das dúvidas mais comuns sobre o tema.
Como Funciona?
Tal como nas sobrancelhas, a micropigmentação capilar é um procedimento de maquilhagem semipermanente, no qual se coloca pigmentos cosméticos na derme através de pequenas incisões. A ideia é recriar pelos com um aspeto natural que repliquem a aparência de cabelos verdadeiros e disfarcem áreas problemáticas no couro cabeludo.
“A micropigmentação capilar pode ser útil para alguém que procura melhorias cosméticas para a perda de cabelo, mas é importante entender que não faz com que o cabelo cresça.” sublinha a dermatologista Melissa Kanchanapoomi Levin, fundadora do Entière Dermatology.
Por outro lado, o procedimento também não inibe o crescimento do cabelo, já que a penetração da tinta é superficial – não tão profunda quanto o próprio folículo piloso.
De acordo com Ramon Padilla, o fundador e diretor criativo do EverTrue Microblading Salon, em Nova Iorque, os resultados mais dramáticos acontecem quando o tratamento, que precisa de duas sessões – uma inicial e uma para ‘aperfeiçoar’, seis semanas depois – é feito na linha do cabelo, no ‘risco’ e nas têmporas.
Dói?
Padilla diz que o procedimento envolve um desconforto mínimo.
“Aplicamos uma anestesia local, portanto não há qualquer sensação”.
É seguro?
“Os riscos da micropigmentação capilar são semelhantes aos de uma tatuagem,” explica a Dra. Levin. “Qualquer substância estranha colocada na pele pode causar uma reação alérgica, infeção ao reação inflamatória.”
Como, normalmente, os dermatologistas não fazem este tratamento, a escolha do local é muito importante. Pesquise as suas credenciais: Onde é que os profissionais tiveram formação? Há quanto tempo é que fazem micropigmentação capilar?
Se possível, encontre um técnico que trabalhe numa clínica de dermatologia, caso haja alguma complicação, sugere a especialista.
Acima de tudo, o profissional deve trabalhar num ambiente limpo e esterilizado.
“Como acontece com as tatuagens, os padrões de higiene têm de estar ao seu mais alto nível para eliminar a contaminação microbiana das agulhas, dispositivos e utilidades.”
Ter uma consulta de avaliação é uma excelente forma de reunir informações sobre as práticas de segurança de um profissional. Considere fazer as seguintes perguntas: “Fazem testes para avaliar possíveis reações alérgicas?”; “Usam luvas durante o procedimento?”; “Utilizam ferramentas esterilizadas, de uma só utilização, e descartam-nas após o tratamento?”
Também é uma boa ideia fazer perguntas sobre os pigmentos, incluindo se os ingredientes são aprovados para fins cosméticos. Além disso, tenha atenção a pigmentos que contenham tintas vegetais, que podem mudar de cor com o passar do tempo e transformar-se num tom que não combina com o seu cabelo natural.
Quem deve recorrer à micropigmentação capilar?
“Se tem uma condição de pele, como eczema, psoríase ou vitiligo, é importante consultar o seu dermatologista, visto que a micropigmentação pode piorar essas condições,” explica a Dra. Kanchanapoomi Levin.
Também há potenciais riscos para pessoas com herpes simplex, acrescenta a dermatologista, uma vez que o procedimento pode reativar o vírus responsável pelos surtos. Qualquer pessoa com um historial de cicatrizes hipertróficas ou queloides devem evitar totalmente a micropigmentação.
Além destas preocupações, o tratamento apresenta melhores resultados em pacientes com algum cabelo, informa Padilla. A micropigmentação capilar envolve misturar traços tatuados com o seu cabelo natural, por isso há mais hipóteses de recriar esse efeito realista em áreas em que ainda cresce algum cabelo. Se a sua perda de cabelo for mais grave, com peladas, esta pode não ser a melhor solução. “Clientes com pele muito oleosa não são bons candidatos,” acrescenta Padilla.
O período de recuperação é longo?
Não há tempo de recuperação, portanto pode ir trabalhar, ao ginásio e até mesmo a um cocktail no mesmo dia. Contudo, terá de evitar lavar o cabelo durante uma semana para deixar a cor assentar. Já agora, não se assuste se as áreas tratadas parecerem mais escuras numa fase inicial: esta é uma parte normal do processo de cicatrização e a cor vai ‘abrir’, ficando com o tom desejado.
“Como a tinta é colocada de forma superficial na camada da derme da pele, o sistema imunitário vai remover naturalmente o pigmento com o passar do tempo,” explica a Dra. Kanchanapoomi Levin.
Para uma boa cicatrização, a dermatologista recomenda usar uma loção ou creme à base de água e, se estiver exposta ao sol, não se esqueça de passar um protetor solar resistente à agua para proteger o couro cabeludo (e evitar que a tinta desvaneça).
Os resultados duram quanto tempo?
Os resultados duram quanto tempo? Duram cerca de um ano, diz Padilla, acrescentando que os resultados podem variar consoante o tipo de pele, a exposição ao sol e a frequência com que o cliente lava o cabelo.
Quanto custa?
É, sem dúvida, um investimento. Por exemplo, nos Estados Unidos pode ir dos 700 dólares (624€) aos 1100 dólares (980€), dependendo do tamanho da área tratada.