As mudanças de estação são sempre alturas de desafios para a pele. Para a manter saudável e bonita, há que ajudá-la, no dia a dia, a estar preparada para se defender.
Proteja-a das agressões ambientais
Há cada vez mais provas de que apenas 25% do nosso envelhecimento, e suas consequências, são ditados pelos genes que herdamos. Os outros 75% são resultado dos fatores ambientais que nos rodeiam e do nosso estilo de vida. E o nosso estilo de vida atual não é, propriamente, um passeio no campo para a pele. A vida urbana sujeita-a a todo o tipo de agressões e dificilmente conseguimos escapar a algumas delas, como a poluição, a radiação UV, a luz azul dos ecrãs, o ar condicionado nem sempre bem renovado ou o stresse. Todos estes fatores originam reações em cadeia que geram radicais livres que atacam e desequilibram todos os sistemas de funcionamento da pele e a deixam mais frágil e prematuramente envelhecida. Para a defender destes ataques oxidativos, nada melhor que os antioxidantes: moléculas que se ‘sacrificam pela causa’ da pele, neutralizando os radicais livres antes que eles façam estragos. os cremes ricos em antioxidantes e um protetor solar com fator 30 ou 50 são os seus melhores aliados.
Preserve a proteção natural da pele
À superfície da pele há todo um mundo microscópico, o microbioma, habitado por um trilião de bactérias e outros microrganismos de mil espécies diferentes. Por mais estranho que possa parecer, o microbioma é um dos melhores aliados da nossa pele, um escudo protetor que a defende de infeções, ajuda a evitar processos inflamatórios e a perda de água transepidérmica e, basicamente, mantém a pele saudável. Mas, sendo viva, esta proteção natural é frágil e facilmente entra em desequilíbrio, e aí o resultado é uma pele que se inflama e irrita, hipersensível, desidratada e, eventualmente, doente. Para manter o microbioma feliz, use produtos adequados à sua pele, não abuse de esfoliações, limpe o rosto com produtos suaves não decapantes, durma o suficiente, coma bem e faça curas pontuais com produtos cosméticos pré e probióticos.
Reponha a energia celular
Traços demasiado marcados, tez pálida e baça, pele desidratada… tudo isto são sinais de pele cansada, que infelizmente conhecemos bem demais. Os suspeitos são os do costume: além do inevitável abrandamento da atividade e energia celular, decorrente da idade, há o stresse, as noites demasiado curtas, a alimentação pobre em nutrientes, a vida demasiado sedentária (e, ultimamente, mais confinada)… Tudo o que nos cansa reflete-se na nossa pele e dá-lhe um ar fatigado. E uma pele cansada não funciona tão bem e envelhece mais depressa. A microcirculação é mais lenta e os nutrientes não chegam tão bem nem tão depressa onde deviam. O que ajuda a pele a reencontrar a sua energia: ativos que devolvem a energia às células e lhes ‘recarregam as baterias’; vitaminas energizantes, como a vitamina C; fazer uma pequena massagem ao aplicar os cremes de dia e noite, para estimular a microcirculação (muitas marcas atualmente sugerem rituais de aplicação nas embalagens e nos seus canais de YouTube).
Acalme e repare a pele sensibilizada
Uma pele sensível ou sensibilizada identifica-se facilmente pela secura, sensação de desconforto, repuxamento, prurido, calor, vermelhidão… às vezes tudo isto junto. Uma vez sensibilizada, com o seu manto hidrolipídico natural protetor alterado e a sua função barreira comprometida, a pele entra num círculo vicioso: quanto mais sensível mais alterada, quanto mais alterada mais sensível. Variações de temperatura, calor, frio, humidade, raios UV, poluição ou stresse podem desencadear estas reações, mas não só. A solução é fortalecer a pele, acalmá-la e repará-la. Os seus melhores aliados: rotinas simples e curtas, com produtos formulados especificamente para ela, com ativos calmantes (como aveia e camomila) e isentos de potenciais irritantes como retinol e ácidos de frutos.
E as mãos?
Nunca as lavámos e desinfetámos tanto como nestes anos de pandemia, e elas ressentem-se: a pele fica tão seca que parece que estamos a usar umas luvas de tamanho abaixo, e nalguns casos, sobretudo quando o tempo está mais frio, ficam vermelhas, comichosas e chegam mesmo a ficar gretadas. Os nossos conselhos para poder conciliar a higiene imprescindível com o conforto (e a saúde, porque as gretas são portas de entrada de infeções) e não ficar com as mãos envelhecidas antes do tempo: lave as mãos com produtos lavantes não detergentes, um bom sabonete artesanal rico em azeite ou um óleo lavante (não é barato, mas é um bom investimento); aplique um creme de mãos nutritivo e reparador várias vezes ao dia, de preferência pouco ou nada perfumado para não irritar mais a pele; para higienizar quando não pode lavar, prefira um álcool-gel não perfumado (o álcool já seca tanto a pele, ela não precisa de mais um elemento potencialmente irritante). E aplique sempre um protetor solar para prevenir manchas castanhas.