Sobre o ultraje que está a fazer correr rios de tinta e a virar do avesso blogosfera, redes sociais e afins (e a fazer seguidores de longa data cancelar assinaturas em catadupa) eu já disse o que tinha a dizer. Reforço apenas que descreio para sempre de Anna Wintour – como é que uma mulher tão inteligente, com classe a rodos, tão bem nascida, tão tudo se rebaixa a isto… ultrapassa-me. Não há controvérsia, não há "discussão sobre os novos paradigmas dos média e os novos ícones" que justifique um trambolhão destes ou, para falar em bom português, uma barracada destas.
Enfim, uma revista que ainda hoje chamou ícone de moda a Rihanna no Facebook só pode estar desarranjada e mal governada. Valha-nos que há outras edições da Vogue bem mais sensatas (como a espanhola e a italiana) e outras publicações respeitáveis que podemos continuar a ler sem corar.
É o que digo sempre: isto de ser muito tolerante, muito inclusivo, muito moralmente elástico e de não julgar ninguém ( coitadinha da menina, só ficou famosa à conta de um vídeo indecente, que mal é que isso tem?) descamba invariavelmente em relaxaria. E vai-se por aí abaixo.
É o que temos – embora haja certos redutos e certos sítios onde ainda não cabe toda a gente. Nisso, há que tirar o chapéu aos britânicos, que não se acanham de barrar a entrada a "famosas" deste gabarito em determinadas circunstâncias por muito que se diga que isso é de um elitismo atroz, de um snobismo politicamente incorrecto: desculpa.
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