Depois de um regresso triunfante à música, Adele agracia a capa de novembro da Rolling Stone. Ao contrário do glamour da antiga Hollywood a que nos habituou, posa sem maquilhagem, de roupão branco e cabelo molhado para a revista. Na entrevista, fala abertamente sobre a carreira, o sucesso e a vida privada.
Passaram-se três anos desde que Adele lançou “Skyfall”, tema do filme “007 – Operação Skyfall”, que lhe valeu um Grammy e o Óscar de Melhor Canção . Desde então, retirou-se para se dedicar à vida privada, “estar apaixonada e ser feliz”.
“Se estiver constantemente a trabalhar, as minhas relações falham”, disse em entrevista à Vogue, na altura.
O single de regresso “Hello”, lançado em outubro, superou todas as expectativas. Com 1.1 milhões de vendas digitais na primeira semana, foi a primeira canção de sempre a quebrar a marca de 1 milhão de dowloads das tabelas musicais da Billboard. O videoclip destronou “Bad Blood”, de Taylor Swif, como o vídeo mais visto no canal Vevo do YouTube (foram 100 milhões de visualizações em em apenas cinco dias!). A artista britânica, de 27 anos, foi assim novamente catapultada para a ribalta e falou com o jornalista Brian Hiatt, da Rolling Stone, sobre a relação com a fama.
“As pessoas pensam que odeio ser famosa e não é verdade. Tenho medo. Acho que é bastante tóxico e é muito fácil ser arrastado (…) Assistir à deterioração da Amy Winehouse é um dos motivos pelos quais tenho medo. Estávamos todos muito entretidos com o facto de ela ser um caos. Deixava-me triste, mas se alguém me mostrasse uma má fotografia dela, eu via-a. Se não o tivéssemos feito, teriam parado de fotografá-la. O nível de atenção é muito assustador”, afirma.
O estrelato também leva ao escrutínio. Adele, considerada a “anti-estrela pop” por depender da voz poderosa e não da aparência, lamenta a importância dada à imagem corporal.
“Já me perguntaram tantas vezes [se posaria para a Playboy], que chega a ser ridículo. E será que perguntam por ser mulher ou por ser gorda?, disse a jovem. “Será que mostraria o meu corpo se fosse mais magra? Provavelmente não, porque o corpo é meu. Mas às vezes pergunto-me se teria tido tanto sucesso se não fosse plus size . Penso que as pessoas se identificam comigo. Não estou a dizer que toda a gente tem o mesmo tipo de corpo que eu, mas identificam-se porque não são perfeitas, enquanto muitas pessoas são retratadas como perfeitas, inatingíveis e intocáveis”, acrescenta.
Durante a entrevista à Rolling Stone, a artista admite ter “perdido contacto com a música”, no sentido de não saber o que se passa nas tabelas musicais atualmente. Diz que deixou de fumar, reduziu a ingestão de álcool para uma bebida por semana e passou a frequentar o ginásio. Também revela que ainda se vê como uma “miúda aleatória de Londres” e que a carreira não é a sua vida, mas sim um hobby.
Em relação à vida familiar, afirma não sentir a necessidade de se casar com o namorado, Simon Knoecki, porque terem um filho juntos “é um comprimisso suficientemente grande”. Quanto ao pequeno Angelo, de 3 anos, diz que não sabe se teria voltado à música se não o tivesse tido. A artista engravidou depois de ganhar vários Grammys, ultrapassar vários problemas vocais e quando estava a ponderar mudar-se para Nova Iorque.
“No fim, acho que a gravidez teve um timing perfeito. Pode ter parecido uma altura ridícula para ter um bebé, mas estava a começar a ficar com um pouco de medo de tudo (…) Quando o tive, tudo ficou bem”, revela.
O terceiro álbum de estúdio de Adele, intitulado “25”, chega ao mercado no dia 20 de novembro.