
Kevin Winter
Nem toda a gente é fã de Caitlyn Jenner. A ex-campeã Olímpica foi confrontada por membros revoltados da comunidade transexual, na passada quinta-feira. O incidente ocorreu à saída de um evento de apoio à comunidade de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais (LGBT), no estado de Chicago.
Caitlyn, de 65 anos, tinha acabado de discursar para um grupo de 1000 pessoas no almoço anual “Seaker Series” da Chicago House. A instituição dá apoio àqueles afetados pelo VIH/SIDA e outros problemas da comunidade LGBT.
À saída, foi abordada por protestantes que, com recurso a um megafone, gritavam “és um insulto para os transexuais e para as mulheres”.
Num vídeo da altercação, a circular na internet, a estrela parece tentar apaziguar a situação, antes de ser escoltada por um segurança.
Em causa, estavam os pontos de vista republicanos da reality star. O grupo “I Ain’t Cait” (ou “não sou a Cait”) caracterizou a ex-atleta como “uma mulher branca, rica e sem noção” que pensa que “as mulheres transexuais, negras e marginalizadas devem simplesmente sair das ruas e deixar de ser preguiçosas”. Por este motivo consideram-na pouco digna de representar o membro comum da comunidade transexual.
“A Caitlyn… vive numa mansão e tem uma fortuna avaliada em milhões de dólares, enquanto o transexual comum tem 41% de hipóteses de ser sem-abrigo e quase 50% de chances de viver com menos de 10 mil dólares por ano”, ecreveram numa publicação na página do Facebook, que entretanto foi apagada.
Mais tarde, a mulher que confronta Caitlyn no vídeo disse que a estrela a olhou com “nojo”.
“Como transexual apoio-a, mas não a apoio por ter sido corajosa ao passar pela transição publicamente, enquanto milhões estão sem abrigo, por identificar, mortos ou a morrer porque têm de fazer quase de tudo simplesmente para encontrarem um lugar para dormir à noite”, explicou.
Desde que anunciou a transição, em abril, Caitlyn Jenner, que na altura ainda era Bruce, tem sido a cara das mulheres transexuais. Em julho, recebeu a distinção “Arthur Ashe Courage”, na cerimónia de entrega de prémios ESPY. Em Outubro foi galardoada uma das “Mulheres do Ano” da revista norte-americana Glamour.