É uma das maiores atrizes de todos os tempos, com um Oscar, um BAFTA, um SAG, várias nomeações e outros prémios (caso fossem necessárias provas para além das suas interpretações). Tem uma carreira brilhante que nunca planeou, simplesmente deixou acontecer ao sabor dos papéis que a desafiavam e das equipas com quem queria trabalhar. É uma ativista política sem papas na língua que luta, como ela diz, “contra a ganância, a ignorância, o medo, a discriminação pela idade, o egoísmo, o racismo… todos os ‘ismos’”. É uma mulher livre, que está sempre onde acha que pode ser útil (é Embaixadora de Boa Vontade da Unicef e passou o último Natal numa ilha grega a ajudar a receber refugiados) mas também está muitas vezes onde menos se espera: nas eleições presidenciais americanas apoia o candidato liberal Bernie Sanders porque é com as opções políticas dele que concorda, e não Hilary Clinton que toda a gente achava que seria a sua escolha pelo simples facto de ser uma mulher. Foi casada com o ator e realizador Tim Robbins, 14 anos mais novo que ela (com quem teve dois filhos) e teve relações amorosas com o realizador francês Louis Malle, com David Bowie e com o realizador italiano Franco Amurri (de quem tem uma filha). É um ícone feminista, mas define-se como mãe acima de tudo. E é coproprietária de um clube de ping pong em Nova Iorque! Nunca onde se espera, dizíamos… Aos 70 anos, linda e assumindo as marcas que a vida lhe deixou no rosto (se ‘fez alguma coisa’ foi muito subtil), aceitou o convite da L’Oréal Paris para ser embaixadora da marca. E demonstra que ser bonita e sexy não tem prazo de validade.
O que significa para si ser embaixadora da L’Oréal Paris?
Quando me contactaram, senti-me tão lisonjeada. Há tantas mulheres fantásticas neste clube. Depois de falar com eles sobre a filosofia e a estética da marca achei que casávamos bem. E não me pediram para ser diferente do que sou. Tenho orgulho em estar associada a uma marca que acredita na singularidade de cada mulher. A primeira vez que ouvi a frase ‘Porque eu mereço’ foi definitivamente uma mudança nas razões pelas quais devemos cuidar de nós. Tinha a ver com as mulheres tirarem tempo para se celebrarem a si próprias e não para tentar arranjar um homem. É uma afirmação extremamente poderosa.
O que a faz sentir-se confiante?
Saber que, se falhar, sou suficientemente forte para me levantar outra vez e começar de novo. Ao longo da minha vida já me despenhei em chamas algumas vezes, mas ainda aqui estou. Sinto-me feliz. Feliz por acordar todos os dias e ser mãe e avó e ativista. Tento dizer mais vezes ‘sim’ do que ‘não’.
Os cosméticos têm um papel importante na sua vida?
Se alguma coisa aprendi com a idade foi a ser fiel a mim própria e divertir-me um pouco pelo caminho! Acho que pode ser divertido exprimirmo-nos através da maquilhagem e do cabelo, e prefiro isso a injetar-me ou reconstruir-me. A beleza vem de dentro, mas é igualmente importante tratarmos de nós fisicamente. Eu treino e mantenho-me ativa, tento comer bem e manter-me hidratada. Desmaquilho-me sempre à noite e aplico um hidratante profundo e um sérum de prevenção no início e no final do dia. Isto ajuda-me a manter a luminosidade [da pele].
Quando é que se sente mais bonita?
Quando estou com os meus filhos e a minha neta. Tenho tanto orgulho neles. Quando me pedem para me definir, nunca digo ativista ou atriz… digo mãe. Mãe é o trabalho mais difícil do mundo. Os meus filhos e netos fazem-me rir e penso que o riso mantém-nos bonitas e com um aspeto jovem.
O que é para si envelhecer bem?
Acho que com o tempo e as experiências tornamo-nos menos duras connosco, começamos a apreciar quem somos e ficamos mais confortáveis na nossa pele. Isso para mim é envelhecer bem, estar confortável consigo, com o bom e com o mau. As falhas que achávamos que tínhamos são agora os nossos trunfos e usamo-las como uma medalha de honra, sem desculpas!
Tem alguns segredos de beleza?
Nem por isso. Não fumo cigarros. Tento comer bem. Tento ser feliz. O sexo é bom para a pele, talvez, não?
Das regras convencionais de beleza recomendadas depois dos 50, como não usar cabelo comprido, em quais é que acredita e quais é que ignora alegremente?
Nem sabia que havia essas regras, por isso posso estar inadvertidamente a ignorá-las todas! O que se pode ou não pode fazer não depende da nossa idade.
Qual é o melhor conselho que já lhe deram, e quem lho deu?
Gabriel Garcia Marquez no livro ‘Amor em tempos de cólera’ diz que a idade só é real no mundo físico. A essência de um ser humano resiste à passagem do tempo. A nossa vida interior é eterna, o que significa que o nosso espírito se mantém tão jovem e vigoroso como quando estamos na flor da idade.
Em que é que ter 70 anos hoje é diferente do que era há vinte anos?
É melhor agora, pelo menos para uma atriz. Acho que neste momento há mais papéis a serem desenvolvidos para mulheres com mais de 50 porque há mais mulheres com essa idade em posição de escrever e realizar projetos. Mas é uma evolução lenta.
Quais são os filmes em que mais gosta de trabalhar e porquê?
Tento sempre divertir-me. Às vezes estamos mais em sintonia com o diretor e os outros atores. Nessas alturas tudo flui de forma espantosa, há um dar e receber e muitos momentos que nos apanham desprevenidos. Ser surpreendida é o melhor que há.
Quais são as suas maiores preocupações no mundo atual?
A ganância e a falta de preocupação pelos que estão a escapar pelas frinchas [da sociedade]. Cedemos a nossa bitola moral ao poder devido à cultura do medo.
Como ativista, quais são as causas que a movem?
O compromisso. A coisa mais importante é tentar. Há muitos problemas que têm de ser resolvidos. Os sem abrigo, a justiça social, o racismo, o ambiente, os direitos LGBT, as desigualdades para as mulheres e raparigas pobres, as oportunidades, a educação, os cuidados de saúde, a violência. Basicamente tudo o que tem a ver com as mulheres e as raparigas.
Quem é que admira?
Todas as mulheres. Acho as mulheres espantosas. Multitarefas, a trabalhar, a criar os filhos…Não sei como é que o mundo funcionaria se não fossem as mulheres. A maioria das mulheres que conheci e que considero admiráveis são desconhecidas e são aquelas que, todos os dias, sem que ninguém as aplauda ou encoraje, fazem as coisas mais extraordinárias.
De que é que tem mais orgulho?
De ser a mãe dos meus três filhos, Eva, Jack e Miles. E agora já sou também avó com a chegada da minha amada Marlowe! Tenho tanto orgulho em ter conseguido isto: a minha família é o meu maior feito!
Qual é o seu lema de vida?
Uma nova alvorada, um novo dia. Temos de viver e não apenas existir.
Se pudesse dar um conselho a todas as mulheres do mundo, o que diria?
Diga ‘sim’ à vida e não tenha medo de correr riscos. Faça um esforço para estar recetiva a novas oportunidades, isso vai ajudá-la a crescer e é muito atraente. Comprometa-se com algo grande, seja a sua carreira, família ou ajudar uma comunidade. Envolva-se numa coisa em que acredita, algo que a apaixone. Viva em gratidão.
Os favoritos de beleza
Susan usa a linha completa Age Perfect da L’Oréal Paris: “Tenho-me dado muito bem, acho que melhorou mesmo a luminosidade da pele e ajudou a esbater as manchas de idade que tinham começado a aparecer. Tento ter uma rotina consistente e aplicar os cremes de manhã e à noite porque sinto a pele preenchida e mais macia, com uma aparência uniforme.” Outros must have são um protetor solar, bálsamo para os lábios, máscara de pestanas Volume Million Lashes Mascara da L’Oréal Paris e uma máscara de nutrição profunda para o cabelo de vez em quando. “Também uso a coloração Excellence Creme para cobrir os cabelos brancos e manter a minha cor.”