
Billie Eilish é a artista do momento. Depois de ter vencido cinco Grammys e ter atuado ao vivo na cerimónia dos Óscares, a jovem de 18 anos está no centro de todas as atenções. Com um estilo musical muito próprio, demonstra também ter uma opinião forte no que toca à roupa que gosta de vestir.
A cantora é a capa da revista Vogue norte-americana na edição de março, tendo dado uma entrevista em que aborda a relação que tem com o próprio corpo e explica o motivo para surgir sempre com peças largas. Sem tabus, Billie Eilish admitiu ter baixa autoestima, algo provocado pelas inseguranças que tem com o corpo e que já a levou a pensar em tirar a própria vida.

Tudo começou na puberdade, quando reparou que o corpo se estava a desenvolver mais rápido do que esperava. “Queria ser modelo, mas era gordinha e baixa. E desenvolvi-me muito cedo. Já tinha seios aos nove anos. Tenho menstruação desde os 11. Senti que o meu corpo estava a ir mais rápido do que o meu cérebro. É engraçado, porque, quando somoscrianças, nem pensamos no corpo e, de repente, olhamos para baixo e fica-se tipo: ‘O que posso fazer para que isso desapareça?’”, revelou, concluindo: “Simplesmente odiava o meu corpo. Teria feito qualquer coisa para estar num corpo diferente“.
Tudo isto afetou-a profundamente. Aos 12 anos começou a desenvolver sintomas de dismorfia corporal. Depois, aos 13 anos, teve problemas causados por uma lesão, que a impediu de dançar, atividade que adorava, e passou por um relacionamento tóxico. Surgiu então uma depressão que a levou a automutiliar-se. E a certa altura a pensar em tirar a própria vida. Tudo porque não aceitava o corpo que tinha.

Foi então que encontrou a forma de lidar com estes problemas. Começou a vestir roupas mais largas, não para ditar uma tendência, como muitos julgam, mas para se sentir melhor. “O relacionamento com o meu corpo tem sido o mais tóxico que podem imaginar. A maneira como me visto tornou esse relacionamento muito melhor. É menos sobre o ‘meu corpo é feio, não quero que veja’, e mais sobre ‘não me sinto confortável a usar isto, estou confortável a usar isto.”
O apoio da família e a procura por ajuda especializada também a ajudou a lidar este problema e a encontrar confiança nela própria. Agora, quer dar a mão a outras pessoas que podem estar a passar por situações semelhantes às que viveu.