A pandemia trocou as voltas a muitas pessoas, incluindo Sharam Diniz. Com a disseminação do coronavírus, o que era para ser uma estadia de três meses no Rio de Janeiro, para fazer um curso de representação, agora não tem fim à vista.
A rotina diária estruturada, com aulas de manhã até ao início da tarde e corridas pelo calçadão da Avenida Atlântica, deu lugar ao confinamento em casa. “Passo grande parte do meu tempo a ler e a ver séries”, conta-nos. Da segunda quinzena de março, quando chegou à cidade, para cá, no meio da adversidade, a modelo reinventou-se e aproveitou para pegar em alguns projetos que estavam na gaveta. Agora, protagoniza animados lives no Instagram com convidados especiais, com destaque para a atriz norte-americana Gabrielle Union e para a cantora brasileira Kelly Key. E as novidades não ficam por aqui!
Esta é A Quarentena Lá Fora de Sharam Diniz, que a pandemia deixou “presa” no Brasil.
Que medidas de distanciamento social estão em vigor no Brasil?
Pelo que vou acompanhando, basicamente, são as mesmas que estão em vigor em Portugal. Não difere muito: as pessoas são aconselhadas a ficar em casa, o uso da máscara é obrigatório em locais públicos e somente os negócios essenciais estão abertos.
Consideras que tem sido feito um bom trabalho no combate ao surto pandémico?
O Brasil tem feito manchetes porque uma grande parte da população está a opor-se ao presidente, devido às suas medidas e intervenções. Desde que cá estou, literalmente, todos os dias, à hora do jantar, as pessoas saem às janelas para manifestar o seu descontentamento com a forma como [Jair] Bolsonaro está a gerir esta pandemia.
Como é que os brasileiros estão a encarar a situação?
Tirando as manifestações, acredito que a grande maioria está a cumprir as medidas de proteção recomendadas. É claro que só posso falar da área de Copacabana e do centro do Rio de Janeiro, que são as zonas a que tenho mais acesso. É difícil ter noção daquilo que realmente se passa nos outros estados, porque o Brasil é um país enorme.
“Como todos os cidadãos, eu continuo a ter contas para pagar e a ter de pôr comida na mesa”.
Como é que uma modelo trabalha em tempos de quarentena?
Como estive ausente dos Estados Unidos e dos principais mercados de moda durante algum tempo, estou a aproveitar esta fase para retomar alguns contactos. Além disso, brevemente, vou lançar um workshop destinado a aspirantes a modelo e novatos na indústria que sonham com uma carreira internacional.
A pandemia teve um grande impacto no teu curso de representação?
Temos feito tudo online. Confesso que não é a mesma coisa. Aliás, por razões óbvias, nem considero que esteja ser tão produtivo. O contacto físico e as experiência em estúdio e na sala de aula são importantíssimos. Mas vamos gerindo.
Sair de casa no Rio de Janeiro transformou-se numa aventura?
Eu só saio para ir ao supermercado, à farmácia e à banca onde costumo comprar jornais e revistas. Sinto que estou num videojogo, no qual a cidade está completamente deserta e cada um luta pela sua sobrevivência. É, sem dúvida, uma realidade muito diferente do habitual.
“Basicamente, passei a estar 95% do tempo em casa”.
Como é que estás a viver isto tudo?
Eu estou sozinha. A família está entre Angola e Portugal, e falamos todos os dias por videochamadas. Apesar das saudades, o mais importante é assegurar que todos estamos a cumprir as medidas de prevenção – afinal de contas, queremos chegar a 2021 e poder dizer que sobrevivemos!
Neste momento, do que mais sentes falta?
Tenho saudades do conforto que é o meu cantinho, principalmente da minha cama.
Que lição estás a aprender com o isolamento?
Estou a aprender a ser mais autónoma e proativa, bem como a apreciar melhor a minha própria companhia.