
Daisy Coleman, uma ativista pelos direitos e proteção das vítimas de abuso sexual, pôs fim à própria vida na passada terça-feira, 4 de agosto. Tinha 23 anos. O corpo foi encontrado depois de a mãe da jovem ter pedido às autoridades que fossem verificar se ela estava bem.
“Ela era a minha melhor amiga e uma filha fantástica. Eu acho que ela teve que fazer parecer que eu poderia viver sem ela. Não consigo”, escreveu Melinda Coleman Facebook.
Coleman apareceu num documentário de 2016 da Netflix chamado “Audrie & Daisy”, que segue a então adolescente e a sua família enquanto todos lidam com a reação hostil da comunidade de Maryville, no estado do Missouri, às alegações de esta que tinha sido violada por um rapaz mais velho, numa festa em casa, quando tinha apenas 14 anos. Audrie Pott, a outra menina cujo caso é retratado nesta produção, suicidou-se em setembro de 2002, apenas 10 dias depois de ter acusado três colegas de violação em Sarasota, na California.
“Gostava de ter conseguido tirar-lhe a dor. Ela nunca recuperou daquilo que aqueles rapazes lhe fizeram e simplesmente não é justo. A minha menina foi-se”, acrescentou Melinda.
Depois do caso mediático, Daisy ajudou a fundar a organização SafeBAE, com a missão é pôr fim ao abuso sexual entre alunos dos ensinos básico e secundário, bem como ajudar sobreviventes. Shael Norris, diretora executiva, fala numa “perda irreparável”.
“Ela era muito, muito boa no que fazia”, afirmou à CBS News. “É uma grande perda para a cultura, em geral, porque penso que a sua resiliência inspirou muitas outras sobreviventes a procurarem ajuda e a fazerem denúncias”.