Em 2019, Sara Carbonero foi diagnosticada com um cancro do ovário. Uma luta que travou em silêncio, com o apoio da família e do então ainda marido, o antigo futebolista Iker Casillas. Agora, cinco anos depois, falou pela primeira vez dessa batalha e fê-lo na última quarta-feira, 16 de outubro, quando subiu ao palco para receber um prémio na 4.ª edição dos prémios “Elle for Hope”, cujo objetivo é angariar fundos para a Associação Espanhola de Cancro.O emocionante testemunho de Sara Carbonero sobre a luta contra o cancro
“Foi difícil para mim tomar a decisão de estar aqui para receber este prémio. Não pelo seu significado, que eu adoro, mas porque para mim é a primeira vez que falo aberta e publicamente da minha doença: o cancro. Uma palavra que evitei durante anos e à qual não gostava de me referir porque pensava que se não a mencionasse, não seria uma realidade”, começou por dizer a jornalista, agora com 40 anos.
“Demorei muito tempo a aceitar, a compreender que esta é uma corrida de longa distância, que serei sempre um doente oncológico, toda a minha vida. E que vou viver com a incerteza. Até aprendi a aceitá-la”, disse, sem conseguir esconder a emoção. Carbonero relembrou ainda a importância do apoio da família e amigos ao longo deste processo:
“Quando me foi diagnosticado um cancro em 2019, fiquei naturalmente chocada. Foi terrível. Tinha 35 anos, tinha uma vida saudável, não percebia nada. E o meu prognóstico era bom, mas a minha cabeça estava cheia de porquês (…) Então recomendaram-me que fosse a um psicólogo ou a um psico-oncologista, que fazem um trabalho maravilhoso, mas o que eu precisava naquele momento era de falar com mulheres que tinham passado pelo mesmo que eu e que dez anos depois, ou quinze anos depois, estavam vivas e fortes e a trabalhar. E foi isso que fiz, telefonei às dez mulheres que não conhecia, logicamente, para que me contassem um pouco da sua história”, continuou.
“Aprendi muito sobre o valor do tempo, que é o tesouro mais precioso que temos. Acima de tudo, aprendi a viver no presente e, como dizia o nosso querido Pau Donés: “com urgência”. Aprendi que a força do amor é tão poderosa que é capaz de transformar tudo. E é aqui que quero lembrar todas as pessoas que estiveram ao meu lado durante todos estes anos, que já são muitas. Não vou citar todos os nomes, mas eles sabem quem são. Quero destacar a minha família, a minha mãe e a minha irmã, que foram talvez as pessoas que mais sofreram comigo”, acrescentou.
Por fim, Sara Carbonero quis anda deixar uma mensagem a todoas as mulheres e mães que, como ela, que lutam ou lutaram contra um cancro:
“Quero enviar uma mensagem especial às mães e aos doentes de cancro com filhos pequenos que não entendem nada e que ainda não conseguem explicar-lhes porque é que a mãe está deitada na cama durante oito dias depois de cada quimioterapia e 21 dias depois a mesma coisa e 21 dias depois a mesma coisa. E porque é que a mãe deles não tem energia, como as mães dos colegas deles”, referiu, lembrando-se dos seus filhos Martín e Lucas, agora com 10 e 8 anos respetivamente.
Ouça o testemunho completo.