É muito comum que as pessoas usem a palavra ‘vagina’ para se referirem a toda a área genital feminina externa, entre as pernas, em vez do termo mais correto: ‘vulva’. Há quem acredite que significam exatamente a mesma coisa mas, na verdade, são diferentes e cada uma tem as suas características.
Lembro-me perfeitamente de o meu pai me ter explicado as terminologias corretas relativamente cedo e, à medida que fui crescendo, este erro sempre me fez confusão. Afinal de contas, como vamos ter intimidade com algo que chamamos pelo nome errado? Perceber a diferença não só é empoderador, mas também pode ser útil e até mesmo necessário — por exemplo, em momentos de intimidade com um(a) parceiro(a) ou em consultas médicas.
Então, o que é a vulva?
Vulva é o termo correto para descrever o conjunto das partes externas da genitália feminina, incluindo o monte púbico, os grandes e pequenos lábios, a cabeça do clitóris e as aberturas externas da uretra (a.k.a, o canal que conduz a urina para fora da bexiga) e da *vagina* (o intróito vaginal), bem como todo o tecido ao redor dessas estruturas.
E a vagina?
A vagina, por sua vez, é o canal que conduz ao colo do útero e que se abre na vulva. É pela vagina que o bebé sai durante o parto normal e também é através dela que o sangue menstrual é eliminado. Para além disso, é usada para a inserção do pénis no sexo com penetração, dos dedos, de preservativos femininos, de brinquedos sexuais, de tampões ou copos menstruais.
O motivo para ser importante diferenciar as duas
Há uma análise feminista que explica a relevância deste tema: “Ao usarmos o termo ‘vagina’ erradamente, estamos a referir-nos aos nossos órgãos sexuais pela parte que dá mais prazer aos homens heterossexuais”, explica Laurie Mintz, professora de aconselhamento psicológico na Universidade da Flórida, ao site do Huffington Post.
A maioria das mulheres precisam de estimulação clitoriana para terem orgasmos e muitas dizem que não a recebem o suficiente durante as relações sexuais. Usar a terminologia incorreta pode desempenhar um grande papel nessa realidade, acrescenta a especialista. “Sempre que usamos a palavra ‘vagina’ quando realmente queremos dizer ‘vulva’, estamos a apagar a parte de nós que nos dá mais prazer. Se isso importa? Acho que a um nível muito inconsciente e subtil, sim, importa muito”.