Quando se fala de gordura na barriga pensamos logo na estética, mas a verdade é que esse não é o pior dos problemas. A localização dessa gordura, dentro ou fora do músculo abdominal, é que define o tipo de situação e, logo, qual o nível de risco para a saúde. Claro que gordura corporal em excesso, independentemente de onde está alojada, é sempre um risco. No entanto, aquela que envolve as nossas vísceras é a mais perigosa.
Dentro da nossa barriga temos os órgãos ou vísceras – estomago, fígado, pâncreas, rins, intestinos, entre outros. Estes órgãos ali, arrumadinhos e sustentados pelo músculo abdominal.
A gordura alojada do músculo abdominal, aquela que está visível e que conseguimos ‘agarrar’, e a que o cirurgião plástico consegue remover no processo cirúrgico designado lipoaspiração, é a gordura subcutânea. Já aquela gordura que fica dentro da nossa barriga, que envolve as vísceras é a gordura visceral. E esta é a mais perigosa! O grande risco de haver excesso dessa gordura visceral reside no facto de nesse nível, ser considerada já como um órgão endocrinológico, porque é produtora de hormonas.
Saiba que que já foram catalogadas mais de 35 hormonas diferentes: são as adipocitocinas (citocinas produzidas pelos adipócitos), hormonas pro – inflamatórias que ativam gatilhos inflamatórios. O perigo reside ainda no facto de não haver sintomatologia, mas internamente estes processos inflamatórios e oxidativos estão a acontecer e, no futuro, promovem doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, cancro, Alzheimer, entre outras – em boa verdade, são resultado de uma doença que é o excesso de deposito de gordura visceral.
A gordura visceral é formada por um erro do metabolismo das células, causado pelo excesso de consumo de glicose (hidratos de carbono). Como consequência, as células, impossibilitadas de metabolizar o excesso de glicose (hidratos de carbono) originam uma resistência à insulina ou pré-diabetes, responsável pela formação da gordura visceral.
Para medir a gordura visceral, pode fazer uma tomografia computorizada, uma ressonância magnética, uma ecografia ou recorrer aos aparelhos mais avançados de bioimpedância magnética. Ou, alternativamente, e ainda mais simples, é medir a barriga com uma fita métrica e verificar se a gordura que se acumula está em excesso. No caso dos homens, ao fazer esta medição, a circunferência da cintura não deve ultrapassar os 94 cm; no caso das mulheres, não deverá exceder os 80 cm, já que valores superiores correspondem a um maior risco de vir a desenvolver patologias como a diabetes e doenças cardiovasculares, caso do enfarte ou AVC.
O tratamento? Apostar numa dieta com alimentos de baixo índice glicémico, acrescentar alimentos termogénicos, como a canela, o café, o gengibre ou o chá verde, que ajudam a acelerar o metabolismo e facilitam a perda de gordura.
DIETA PARA DIMINUIR GORDURA VISCERAL
A dieta para eliminar a gordura visceral é fácil de seguir e consiste, principalmente, em ingerir alimentos com pouco açúcar e pouca gordura. Veja a lista em baixo:
ALIMENTOS PRIORITÁRIOS
Maçã, pera, mirtilo, amora, morango, kiwi, ananás;
Acelga, espinafre, alface, couve, rúcula;
Abóbora, salsa, curgete, pepino, beterraba, tomate, cebola, alho, pimentos;
Peixes – pescada, linguado, robalo, dourada;
Carne de frango ou de peru;
Amêndoas, nozes, avelãs, sementes de chia, linhaça, abóbora ou girassol
ALIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS
Frutas muito doces, caso do caqui, uvas ou figos – estes não devem ser consumidos se quer perder a gordura visceral.
Outros alimentos que devem ser evitados e que são ricos em gordura e açúcar, promovendo o ganho de gordura visceral são os enchidos, fritos, bolos, bolachas, chocolates, rebuçados, refrigerantes, refeições pré-preparadas, molhos, pizzas e lasanhas.
As bebidas alcoólicas também estão proibidas porque têm muitas calorias e vão fazer com que a gordura se acumule mais facilmente sobre os órgãos.
EXERCÍCIOS QUE AJUDAM A ELIMINAR A GORDURA VISCERAL
Praticar qualquer atividade física já ajuda a estimular o metabolismo e a queima de gordura, mas para combater a gordura visceral o ideal é praticar exercícios aeróbicos, como: caminhada, corrida, natação, ciclismo e saltar à corda, sendo importante fazer pelo menos 30 minutos por dia.
Amélia Duarte. Nutricionista
CRN – 5 (0821) Brasil ON – 3895N Portugal
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