Telefamília. Uma palavra nova, com um significado facilmente interpretado por todos, que é cada vez mais parte integrante do vocabulário diário e da nossa realidade. Mas, afinal, no que consiste? Em síntese, uma família com horários e rotinas modificadas, por imposição do Governo, em prol de um bem maior.
Não podemos falar em telefamília sem relembrar a importância da relação entre pais e filhos que é criada na sua infância e terá um enorme impacto para toda a vida da sua prole, quer seja na carreira profissional, na autoestima, na forma como lida com várias situações ou nas relações amorosas, de trabalho ou de amizade. A responsabilidade e cuidados dos pais aumentam nesta fase mais tensa, de modo a não perder ou dificultar esta relação pai-filho.
Agora, na zona de pânico, o que fazer?
Em geral, todos saíram da sua zona de conforto e entraram no que chamamos zona de pânico. Quando esta transição não é por vontade própria, gera emoções negativas (ansiedade, medos, stress), o que faz com que o cérebro não filtre as informações como devia: fica sem clareza, o estado emocional altera-se e as ações podem não corresponder ao desejado.
Os pais têm novos desafios e, por conseguinte, novas rotinas. Além do teletrabalho, têm de ser capazes de gerir as rotinas dos filhos, as aulas (se estiverem em idade escolar), as brincadeiras e as refeições, entre outras atividades. Normalmente, vão-se ajustando diariamente, sem qualquer planeamento, e o dia é passado em ação-reação – que poderá não correr como esperado.
A comunicação é a base do ser humano. Permite-nos expressar/entender o que estamos a sentir e é a solução para esta nova fase. Os pais têm de conversar entre si com o propósito de estabelecer a rotina semanal, tendo em atenção os horários de cada um, para que consigam tornar as semanas mais disciplinadas. Tem de existir rotina num ambiente saudável, pois as crianças têm-na na escola (que, agora, foi transportada para o lar).
Avaliar o estado emocional e criar novas rotinas
Perceber, mediante tudo que está a acontecer, como todo o meio familiar se sente é muito importante. Se pudéssemos fazer algo que ajudasse a passar melhor o tempo em casa, o que seria? Através desta conversa é possível obter muitas respostas que vão facilitar a organização da rotina familiar. Podem e devem ser criativos – por exemplo, os filhos podem ficar responsáveis pela reciclagem, pela alimentação do animal de estimação ou pela preparação dos lanches. Contudo, é importante não esquecer a necessidade de fazer a energia fluir através da prática de exercício físico em casa (e em família), especialmente nos períodos com mais tempo livre.
O amor é o ingrediente mágico para todos. Use e abuse deste sentimento tão forte nesta fase menos positiva. Agradeça. Todos estão bem de saúde, juntos e unidos. Veja este capítulo como uma oportunidade para fortalecer laços. Gerir este novo conceito de telefamília é um grande desafio mas, como um bom planeamento, todos somos capazes!